MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

O resultado era imprevisível, mas havia algo que portugueses, brasileiros e ingleses já sabiam de antemão: Cristiano Ronaldo seria, como foi, o alvo preferencial da ira da torcida.
Ídolo do Manchester atuando no campo do rival Arsenal, também carregava a culpa que os ingleses lhe atribuem pela eliminação de sua seleção na Copa-06, ao forçar a expulsão de Rooney no jogo das quartas.
A preocupação com as vaias que levaria era tanta que o técnico Scolari decidiu dar-lhe a faixa de capitão para incentivá-lo -além de atender ao desejo de um dirigente de Portugal morto no fim de semana.
"Sabíamos que ele ia ser apupado o jogo todo. O vice da federação havia me pedido para escalá-lo como capitão por causa disso, e eu o fiz."
A precaução mostrou-se necessária assim que Ronaldo apareceu em campo, para o aquecimento, e começou a ser impiedosamente hostilizado.
Durante o jogo, a torcida vaiou cada minuto que o atacante tocou na bola e celebrou cada falta que ele sofreu.
Substituído no segundo tempo, Cristiano Ronaldo saiu sob vaias ainda mais intensas. "Já estou acostumado, não há problema nenhum", declarou.


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