São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RÉGIS ANDAKU

Pete e Roger

Sampras sai da toca e diz que Federer baterá seus recordes, mas se recusa a admitir que seria dominado pelo suíço

A ATP provocou. E os aficionados por todo o planeta responderam. Segundo 92% dos mais de 43 mil torcedores que se manifestaram no site oficial, o suíço Roger Federer ainda chegará pelo menos ao número de 15 Grand Slams conquistados, ultrapassando o recorde histórico de Pete Sampras.
O índice dos que acreditam na proeza do suíço é quase unanimidade -a surpresa, para quem opinou, seria Federer não manter o ritmo destes últimos três anos e parar antes de ganhar pelo menos mais cinco troféus de Grand Slams. Essa "conversinha fiada" ficaria restrita ao site e a meia dúzia de fãs e torcedores fanáticos se não fosse uma voz conhecida ter se levantado nestes últimos dias: a de Pete Sampras, apontado por muitos até hoje o melhor de todos os tempos e cujas marcas têm sido perseguidas -e ultrapassadas- por Federer.
Ainda em férias, aposentado há alguns anos, bom humor aparente, Sampras soltou palavras que pareceram sinceras na opinião de jornalistas que as ouviram na semana passada. Disse não ter dúvida de que Federer ultrapassará sua marca de 14 Grand Slams. "Ele já tem dez e está ainda no meio da carreira. Como não vejo ninguém o ameaçando, então acho que vai chegar a 17, 18, 19." E confirmou até ser fã do suíço. "Sou mesmo [fã]. Admiro o jogo dele, o temperamento, como ele se comporta dentro e fora das quadras também. Admiro as coisas que ele consegue fazer", babou Sampras.
"Acho que nosso jogo e nossos estilos são até muito parecidos", disse. Mexendo com os ouvintes, Sampras afirmou ainda: "Seria realmente maravilhoso se pudesse ter acontecido uma partida entre nós quando estávamos no auge". E aí veio a provocação: Federer no topo dominaria Sampras no auge como está dominando todo o circuito hoje? "Não acredito. Meu jogo também era bom o suficiente para não me deixar ser dominado. Quando meu jogo estava no mais alto nível, quando meu serviço funcionava perfeitamente, eu acho que dificilmente seria dominado. Na verdade, naquele tempo eu me sentia invencível." Sampras, enfim, concorda que Federer dizimará o mais importante de seus recordes, mas não admite acreditar que ele, Pete, não pudesse fazer frente ao jogo e ao domínio de Federer nas quadras de tênis. Aos jornalistas que o ouviam, só restou perguntar se um tira-teima poderia resolver essas dúvidas.
Sampras foi categórico, como sempre: "Quando a gente se aposenta, é claro que sempre se vê voltando a fazer o que fazia. No meu caso, em voltar a jogar tênis. Mas tenho certeza de que os meus dias na ATP acabaram. Voltar a jogar [profissionalmente] é totalmente diferente do estilo de vida que decidi ter agora". "Eu ainda amo o tênis, jogo duas, três vezes por semana, mas não tenho saudade da disputa [que envolve o circuito]. Além disso, eu não tenho nada a provar para mim."

NO SUL
O Lagoa Iate Clube recebe até domingo, com entrada franca, o Cyclus Open (Challenger de Florianópolis), com alguns dos melhores do país e bons tenistas de fora.

AINDA NO SUL
Gustavo Kleine, Aline Berkenbrock (18 anos), André Baran, Maria Claudia Sant'Anna (16), Thiago Pinheiro, Priscila Garcia (14), Rafael Matos e Jordana Peres (12) foram os campeões da primeira etapa do Circuito Unimed, em Itajaí.

EM SÃO PAULO
O Credicard Citi MasterCard Junior's Cup faz sua primeira etapa deste ano nas quadras do Tênis Clube de Santos, no litoral. A entrada é franca, mas os organizadores pedem doação de roupas, calçados e alimentos para ação beneficente com instituições da cidade.

reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Super bowl: Jogo de 2007 tem 3ª melhor audiência da TV
Próximo Texto: Tostão: Baixinhos e altinhos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.