São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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No banco

Olímpicos fazem turismo, e Brasil vence

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Robinho, um dos veteranos da seleção, festeja o gol da vitória sobre a Irlanda, ontem, em amistoso no Croke Park, em Dublin

Na partida em que prometia dar oportunidade a atletas com chances de ir a Pequim-08, Dunga insiste com veteranos

Irlanda 0
Brasil 1

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A DUBLIN

O amistoso da seleção brasileira contra a Irlanda foi um grande passeio para quase todos os 11 jogadores com idade olímpica chamados por Dunga.
Na magra vitória nacional por 1 a 0, gol de Robinho, o treinador foi na contramão de seu histórico e de sua promessa na véspera da partida e deu poucas chances aos atletas sub-23.
Diego foi o único que começou o jogo. E foi o primeiro a ser substituído, aos 33min do segundo tempo, dando lugar a Anderson no meio-campo.
Além do ex-gremista, Lucas e Rafael Sóbis foram os únicos reservas a ganharem alguns minutos para demonstrarem valor a Dunga, que na Irlanda classificou a Olimpíada como uma competição como qualquer outra e que o Brasil tem a obrigação de vencer (o país, pentacampeão mundial, nunca conquistou a medalha de ouro).
Os dois, além de Anderson, já haviam jogado na seleção sob o comando do atual treinador.
Bobô, uma das mais controversas convocações de Dunga, não entrou em campo.
A economia nas substituições em amistosos não é uma marca da gestão Dunga. Nos oito jogos festivos no ano passado, ele fez, em média, 5,3 trocas por partida. Contra a Argélia, chegou a promover sete trocas.
Em seis oportunidades, fez a primeira substituição no intervalo. Nas outras duas partidas, uma troca foi feita aos 10min da segunda etapa e outra pouco depois, aos 17min.
"Fiz testes, com Léo Moura e Richarlyson, com a zaga e com o Diego desde o início de um jogo", disse Dunga, negando que não tenha feito experiências contra os irlandeses.
A ausência de alterações não foi por uma atuação exuberante do time que estava em campo, que mais uma vez se mostrou confuso e pouco criativo.
O primeiro tempo, contra um rival que não tem um técnico efetivo há quatro meses, foi morno. As melhores jogadas do Brasil, que ficou mais tempo com a posse de bola, eram construídas pelo lado direito, onde o estreante Léo Moura aparecia com freqüência, mas sem eficiência nos cruzamentos.
Mais uma vez o time pouco tentou os dribles. Foram, segundo o Datafolha, apenas 13 tentativas, uma marca ainda mais baixa que a média (16,5 tentativas da jogada) sob o comando de Dunga, o treinador que comanda a seleção que menos finta nos últimos anos.
Mas Dunga insistiu com os veteranos ao voltar para o segundo tempo com a mesma equipe, que tinha Diego como único com idade olímpica.
O Brasil seguia sem criar -uma exceção foi aos 16min, quando Luis Fabiano dominou com categoria e chutou forte para a defesa de Given.
Mas coube ao único grande astro em campo garantir o primeiro gol brasileiro em três jogos contra os irlandeses em Dublin. Aos 22min, Robinho dominou pelo lado esquerdo, invadiu a área e chutou rasteiro, com classe, para bater o goleiro rival. "Vi que tinha muito espaço no canto e arrisquei", disse o jogador do Real Madrid.
Mesmo após o gol, a partida continuou arrastada até o final. Os irlandeses ainda cometiam faltas violentas, como uma entrada de Kelly sobre Robinho, que merecia expulsão, mas foi punida apenas com o amarelo.
O Brasil volta a jogar no dia 26 de março, contra a Suécia, em Londres. Pelas eliminatórias, entra em campo em junho para desafiar Paraguai e Argentina. A Olimpíada acontece em agosto -Dunga deverá ter duas semanas para treinar o time.

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