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No banco
Olímpicos fazem turismo, e Brasil vence
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Robinho, um dos veteranos da seleção, festeja o gol da vitória sobre a Irlanda, ontem, em amistoso no Croke Park, em Dublin
Na partida em que prometia dar oportunidade a atletas com chances de ir a Pequim-08, Dunga insiste com veteranos
Irlanda 0
Brasil 1
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A DUBLIN
O amistoso da seleção brasileira contra a Irlanda foi um
grande passeio para quase todos os 11 jogadores com idade
olímpica chamados por Dunga.
Na magra vitória nacional
por 1 a 0, gol de Robinho, o treinador foi na contramão de seu
histórico e de sua promessa na
véspera da partida e deu poucas
chances aos atletas sub-23.
Diego foi o único que começou o jogo. E foi o primeiro a ser
substituído, aos 33min do segundo tempo, dando lugar a
Anderson no meio-campo.
Além do ex-gremista, Lucas e
Rafael Sóbis foram os únicos
reservas a ganharem alguns minutos para demonstrarem valor a Dunga, que na Irlanda
classificou a Olimpíada como
uma competição como qualquer outra e que o Brasil tem a
obrigação de vencer (o país,
pentacampeão mundial, nunca
conquistou a medalha de ouro).
Os dois, além de Anderson, já
haviam jogado na seleção sob o
comando do atual treinador.
Bobô, uma das mais controversas convocações de Dunga,
não entrou em campo.
A economia nas substituições em amistosos não é uma
marca da gestão Dunga. Nos oito jogos festivos no ano passado, ele fez, em média, 5,3 trocas
por partida. Contra a Argélia,
chegou a promover sete trocas.
Em seis oportunidades, fez a
primeira substituição no intervalo. Nas outras duas partidas,
uma troca foi feita aos 10min da
segunda etapa e outra pouco
depois, aos 17min.
"Fiz testes, com Léo Moura e
Richarlyson, com a zaga e com
o Diego desde o início de um jogo", disse Dunga, negando que
não tenha feito experiências
contra os irlandeses.
A ausência de alterações não
foi por uma atuação exuberante do time que estava em campo, que mais uma vez se mostrou confuso e pouco criativo.
O primeiro tempo, contra um
rival que não tem um técnico
efetivo há quatro meses, foi
morno. As melhores jogadas do
Brasil, que ficou mais tempo
com a posse de bola, eram construídas pelo lado direito, onde o
estreante Léo Moura aparecia
com freqüência, mas sem eficiência nos cruzamentos.
Mais uma vez o time pouco
tentou os dribles. Foram, segundo o Datafolha, apenas 13
tentativas, uma marca ainda
mais baixa que a média (16,5
tentativas da jogada) sob o comando de Dunga, o treinador
que comanda a seleção que menos finta nos últimos anos.
Mas Dunga insistiu com os
veteranos ao voltar para o segundo tempo com a mesma
equipe, que tinha Diego como
único com idade olímpica.
O Brasil seguia sem criar
-uma exceção foi aos 16min,
quando Luis Fabiano dominou
com categoria e chutou forte
para a defesa de Given.
Mas coube ao único grande
astro em campo garantir o primeiro gol brasileiro em três jogos contra os irlandeses em Dublin. Aos 22min, Robinho dominou pelo lado esquerdo, invadiu a área e chutou rasteiro,
com classe, para bater o goleiro
rival. "Vi que tinha muito espaço no canto e arrisquei", disse o
jogador do Real Madrid.
Mesmo após o gol, a partida
continuou arrastada até o final.
Os irlandeses ainda cometiam
faltas violentas, como uma entrada de Kelly sobre Robinho,
que merecia expulsão, mas foi
punida apenas com o amarelo.
O Brasil volta a jogar no dia
26 de março, contra a Suécia,
em Londres. Pelas eliminatórias, entra em campo em junho
para desafiar Paraguai e Argentina. A Olimpíada acontece em
agosto -Dunga deverá ter duas
semanas para treinar o time.
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