São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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FUTEBOL

O renascimento de um time


Depois das homenagens às vítimas de 58, o Manchester United já deveria pensar nos 40 anos da "bandeira no alto"

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O EXEMPLO mais clássico de um treinador que remontou um time completará em breve 40 anos. Ontem, o Manchester United, a Inglaterra e o mundo lembraram o cinqüentenário da tragédia aérea que matou oito jogadores dos Red Devils, o oitavo e melhor de todos, Duncan Edwards, 15 dias depois do acidente. Dois dias antes de Edwards morrer, o Manchester United voltava a campo para vencer por 3 a 0 o Sheffield Wednesday pela Copa da Inglaterra. Cerca de 60 mil pessoas lotaram o Old Trafford, algo que viraria rotina depois do desastre -o clube que posa como mais popular do planeta começou a atrair multidões e dinheiro na esteira da dor.
Bobby Charlton sobreviveu, assim como Harry Gregg, que foi a campo defender o gol dos Red Devils nesse primeiro jogo pós-acidente. O time não contava mais com seu capitão, o lateral-esquerdo Roger Byrne, que morreu aos 28 anos -os sete outros atletas que morreram tinham entre 21 e 25 anos. O público no estádio torcia mais pela recuperação de Edwards, 21, a promessa que não pôde vingar como todos esperavam. "Era meu herói, sempre fui inferior a ele, o melhor com quem joguei. Era incomparável", disse Bobby Charlton, gênio e melhor amigo dele, à BBC.
Além da recuperação física, Charlton e o Manchester United precisavam de recuperação psicológica. O time que havia ganho o Campeonato Inglês em 1956 e 1957 estava praticamente destruído. Mas o treinador, de forma milagrosa, sobreviveu, e como. Matt Busby, ainda imóvel em Munique, deu início à reconstrução da equipe. "Mantenha a bandeira no alto", disse logo o Sir ao assistente.
Os Red Devils voaram na Copa da Inglaterra de 1963, nos Campeonatos Ingleses de 1965 e 1967 e, mais especialmente, na Copa dos Campeões de 1968. Stepney; Brennan, Foulkes, Stiles e Dunne; Sadler, Crerand e Charlton; Best, Kidd e Aston. Sob o comando de Matt Busby, esse foi o primeiro time inglês a ganhar a Europa. Era para ter sido alguns anos antes. Como Edwards seria o capitão da Inglaterra campeã mundial de 1966. O Manchester é tudo o que é hoje muito por causa de 1958.

INGLATERRA
Fabio Capello acertou desde o início. Na convocação, Beckham fora (não tem jogado). Na hora de fazer o capitão, faixa para Gerrard (que precisa sentir a responsabilidade). Em campo, mesmo com desfalques, a Inglaterra correu, jogou bem e venceu. Começa o reinado...

PORTUGAL
Luiz Felipe Scolari chamou de vergonha o retrospecto histórico e recente de sua seleção contra a Itália. Ontem, outra queda. Vergonha?

IRLANDA
No papel, é um dos melhores times do país na história. Em campo, é só um time comum. Falta o técnico.

rbueno@folhasp.com.br



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