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FUTEBOL
O renascimento de um time
Depois das homenagens às vítimas de 58, o Manchester United já deveria pensar nos 40 anos da "bandeira no alto"
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RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O EXEMPLO mais clássico de
um treinador que remontou
um time completará em breve 40 anos. Ontem, o Manchester
United, a Inglaterra e o mundo lembraram o cinqüentenário da tragédia aérea que matou oito jogadores
dos Red Devils, o oitavo e melhor de
todos, Duncan Edwards, 15 dias depois do acidente. Dois dias antes de
Edwards morrer, o Manchester
United voltava a campo para vencer
por 3 a 0 o Sheffield Wednesday pela
Copa da Inglaterra. Cerca de 60 mil
pessoas lotaram o Old Trafford, algo
que viraria rotina depois do desastre
-o clube que posa como mais popular do planeta começou a atrair multidões e dinheiro na esteira da dor.
Bobby Charlton sobreviveu, assim
como Harry Gregg, que foi a campo
defender o gol dos Red Devils nesse
primeiro jogo pós-acidente. O time
não contava mais com seu capitão, o
lateral-esquerdo Roger Byrne, que
morreu aos 28 anos -os sete outros
atletas que morreram tinham entre
21 e 25 anos. O público no estádio
torcia mais pela recuperação de Edwards, 21, a promessa que não pôde
vingar como todos esperavam. "Era
meu herói, sempre fui inferior a ele,
o melhor com quem joguei. Era incomparável", disse Bobby Charlton,
gênio e melhor amigo dele, à BBC.
Além da recuperação física, Charlton e o Manchester United precisavam de recuperação psicológica. O
time que havia ganho o Campeonato
Inglês em 1956 e 1957 estava praticamente destruído. Mas o treinador,
de forma milagrosa, sobreviveu, e
como. Matt Busby, ainda imóvel em
Munique, deu início à reconstrução
da equipe. "Mantenha a bandeira no
alto", disse logo o Sir ao assistente.
Os Red Devils voaram na Copa da
Inglaterra de 1963, nos Campeonatos Ingleses de 1965 e 1967 e, mais
especialmente, na Copa dos Campeões de 1968. Stepney; Brennan,
Foulkes, Stiles e Dunne; Sadler, Crerand e Charlton; Best, Kidd e Aston.
Sob o comando de Matt Busby, esse
foi o primeiro time inglês a ganhar a
Europa. Era para ter sido alguns
anos antes. Como Edwards seria o
capitão da Inglaterra campeã mundial de 1966. O Manchester é tudo o
que é hoje muito por causa de 1958.
INGLATERRA
Fabio Capello acertou desde o início. Na convocação, Beckham fora
(não tem jogado). Na hora de fazer
o capitão, faixa para Gerrard (que
precisa sentir a responsabilidade).
Em campo, mesmo com desfalques, a Inglaterra correu, jogou
bem e venceu. Começa o reinado...
PORTUGAL
Luiz Felipe Scolari chamou de vergonha o retrospecto histórico e recente de sua seleção contra a Itália.
Ontem, outra queda. Vergonha?
IRLANDA
No papel, é um dos melhores times
do país na história. Em campo, é só
um time comum. Falta o técnico.
rbueno@folhasp.com.br
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