São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

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JUCA KFOURI

Quem dá bola ao Paulistinha?


Dos grandes paulistas, o São Paulo é o clube que, corretamente, dá menos trela ao torneio estadual


PARA O Santos, o título até seria, ou será, importante. Não que acrescente alguma coisa à sua portentosa sala de troféus, que só perde para a do São Paulo, no Brasil.
Mas seria um feliz alento ao novo estilo de vida implantado na Vila Belmiro, além de um prêmio ao jeito alegre de jogar futebol que o time anda mostrando.
Para o Palmeiras, cuja gestão padece de envelhecimento precoce, uma conquista teria apenas (e não seria, ou será, pouco) o condão de dar uma aliviada na fogueira de fofocas que infesta pesadamente o Parque Antarctica.
Ambiente tão ruim que um hilariante membro da oposição teve a desfaçatez de dizer que 2009 foi o pior ano da vida alviverde, esquecido de que a turma da qual ele faz parte derrubou o clube para a segunda divisão nacional em 2002.
Mas mais um título estadual realmente não acrescentará nada à história palestrina, como, aliás, constatou-se em 2008. Ninguém achou que o Palmeiras tenha saído da fila.
Só que nada autoriza, embora ainda seja cedo, que se confie no atual elenco esmeraldino, com franca deficiência ofensiva.
Ao São Paulo então é que a 21ª taça de campeão paulista acrescenta ainda menos, tricolor que é, proporcionalmente, também o maior campeão estadual, pois tem 25 anos a menos que o Corinthians e só seis troféus bandeirantes a menos que o rival -20 a 26.
E é tão evidente que o torneio serve só para ajustar o time que Ricardo Gomes não faz o menor segredo disso. É claro que, se amanhã o time chegar às finais e ganhar, haverá festa e tudo mais, mas nada que se possa chamar de meta atingida.
Como não será objetivo alcançado para o Corinthians se chegar ao bicampeonato. Longe disso.
De maneira até obsessiva, a Libertadores é o alvo, mesmo que se saiba que na verdade o clube quer a tríplice coroa no seu centenário e julga ter montado um elenco para tanto, o que também é muito cedo para avaliar se, de fato, é verdade.
O corintiano, por sinal, é, entre os torcedores dos quatro grandes, o que mais gosta do Estadual, razão pela qual este colunista amaldiçoa até hoje os gols de Grafite que impediram, em 2004, que o Timão fosse rebaixado no Paulistinha. Provavelmente seria a pá de cal no Estadual, porque uma coisa é o Brasileirão sem um grande, outra uma competição paroquial sem seu maior cliente.
Enfim, enquanto o primeiro turno no Rio, sempre o Estadual mais charmoso do país e, de novo, o mais importante porque o do campeão brasileiro, já está em seus finalmentes, o nosso aqui se arrasta monótono, com o absurdo de um Palmeiras x Portuguesa ter sido realizado às 17h de uma quinta-feira, como se tabela de futebol fosse grade de programação de TV.
Também, pudera, com 20 participantes, 12 deles, no mínimo, apenas para figuração, e todos contra todos, só rezando para Robinho estrear hoje, para Neymar dar mais um show e para Ricardo Gomes não poupar ninguém, o que é o mais provável,
apesar de contraditório. Ainda bem que a Libertadores já está aí, se bem que até a primeira fase da Copa do Brasil é mais interessante que os Estaduais.

blogdojuca@uol.com.br

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