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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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FUTEBOL

Em cinco jogos, novato assume papel do último articulador corintiano

Jorge Wagner espanta o fantasma de Ricardinho

EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles não se parecem na maneira de jogar, muito menos no temperamento, mas após cinco jogos e dois gols pelo Corinthians o meia-atacante Jorge Wagner assumiu o papel de Ricardinho, o último grande articulador do Parque São Jorge, que se transferiu para o São Paulo no ano passado.
Encontrar um substituto para Ricardinho havia se transformado numa obsessão para a diretoria corintiana, após Renato fracassar na missão de se tornar o principal armador do time no segundo semestre de 2002.
Depois de chegar ao clube, o técnico Geninho disse que o Corinthians precisava se livrar do "fantasma" de Ricardinho.
Curiosamente, isso aconteceu com um atleta que tem características diferentes às do agora jogador são-paulino.
"As características são diferentes, e o Jorge está se adaptando ao Corinthians ainda. Tenho certeza de que ele poderá render muito mais", disse Geninho, que até adaptou o esquema tático da equipe ao seu novo articulador.
Jorge Wagner virou o cérebro corintiano se transformando no jogador mais acionado do clube no Paulista, segundo o Datafolha. O ex-cruzeirense também é o que mais dribla, cruza e finaliza.
"Eu realmente venho treinando muito e me aprimorando. No Corinthians, estou conseguindo recuperar meu bom futebol", disse o atleta, que foi dispensado pelo Cruzeiro após um atrito com o técnico Wanderley Luxemburgo.
Mesmo tendo sido o principal armador do Corinthians, Ricardinho não foi o melhor do time em nenhum dos fundamentos no Rio-SP-2002, competição que a equipe disputou em vez do Paulista na última temporada.
Porém os desempenhos de Jorge Wagner, na atual edição do Paulista, e de Ricardinho, no último Rio-SP, são semelhantes em alguns fundamentos.
O atual titular corintiano recebe, em média, 44,8 bolas por jogo, contra 44,1 de Ricardinho.
Com a chegada de Jorge Wagner, o Corinthians começou a trocar menos passes e a finalizar mais. O meia-atacante faz, em média, 4,1 finalizações por partida. A média de Ricardinho no Rio-SP foi de 2,1 conclusões.
O desempenho de Jorge Wagner já faz a diretoria pensar em renovar seu contrato, que vence no meio do ano. É a vontade do jogador também, que já confidenciou a amigos que não aceita mais trabalhar com Luxemburgo.
O tímido atleta já caiu nas graças dos companheiros, principalmente de Vampeta, que é seu conterrâneo da Bahia.
"Como bom baiano, Jorge já está aprendendo o que é ser jogador do Corinthians", disse Vampeta, que se refere a ele e a Liedson, outro baiano, como "pardais" por ainda não terem enfrentado todos os grandes de São Paulo.


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