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Medo da guerra adia
o Mundial sub-20
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A guerra, ou a iminência dela, já
começa a interferir no futebol. A
Fifa anunciou ontem o adiamento
do Mundial sub-20, torneio com
24 seleções de jogadores com idade até 20 anos que estava programado para acontecer nos Emirados Árabes do dia 25 de março até
o dia 16 de abril.
O país do Oriente Médio é ligado pelo Golfo Pérsico ao Iraque,
que está em conflito com os EUA.
O Brasil, que jogaria o Mundial,
encontrava-se ontem em Kuala
Lampur, na Malásia, onde participaria de um torneio preparatório
para o campeonato sub-20.
Américo Faria, o supervisor de
seleções da CBF, segundo informava o site da confederação até o
começo da noite de ontem, aguardava um comunicado oficial da
Fifa para definir uma nova programação para a seleção.
Mas o presidente da entidade,
Ricardo Teixeira, que está na Suíça participando de reuniões do
Comitê Executivo da Fifa, informou que o time participará do
torneio da Malásia, para depois
retornar ao Brasil. Ele disse lamentar o adiamento "porque o
Brasil estava encarando o torneio
como uma Copa do Mundo".
A Fifa, depois de julgar que o clima político no Oriente Médio poderia ser uma ameaça à segurança
dos times - os EUA, por exemplo, disputariam o Mundial, juntamente com os "aliados" Espanha, Inglaterra e Austrália-, não
informou ontem qual será a nova
data para o torneio sub-20.
"Analisamos a situação de perto
desde que nos classificamos para
o torneio, em novembro. E apoiamos completamente a decisão da
Fifa de transferir o Mundial", afirmou Robert Contiguglia, presidente da federação americana.
Nas reuniões da entidade que
comanda o futebol mundial cogitou-se a realização do torneio em
outubro, ainda nos Emirados
Árabes, já que não é intenção da
Fifa trocar a sede do campeonato.
O temor da guerra atinge até o
contrato de Romário, que se foi
para o Al-Sadd, do Qatar, também no Golfo Pérsico. O atacante,
que receberá US$ 1,5 milhão até
maio, pôs uma cláusula de rescisão imediata em caso de guerra.
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