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Vôlei vive inferno astral no caminho até Pequim
Após lesão de Rodrigão, o ausente Ricardinho fratura mão e é operado na Itália
Titular absoluto da seleção
até desentendimento com Bernardinho, levantador pára por até três meses e dificilmente vai a Pequim
DA REPORTAGEM LOCAL
Campeão em Atenas-2004 e
favorito ao ouro em Pequim, o
vôlei brasileiro vive inferno astral na caminhada até a Olimpíada chinesa, em agosto.
Menos de uma semana após
o meio-de-rede Rodrigão lesionar o joelho esquerdo e correr o
risco de ficar fora dos Jogos, foi
a vez de o levantador Ricardinho enfrentar problemas.
Se, recuperado, Rodrigão é
nome certo no grupo de Bernardinho, Ricardinho ainda está excluído após divergências
com o treinador, que custaram
seu corte antes do Pan, em julho passado. Desde então, ele
não voltou ao time nacional.
Titular absoluto da seleção
até o meio do ano passado, o levantador ficará sem atuar por
até três meses. Ricardinho sofreu fratura na mão esquerda e
foi operado ontem na Itália.
Se a previsão de afastamento
feita pelos médicos responsáveis pela cirurgia for confirmada, o ex-número 17 da seleção
só volta a atuar no início de junho. O vôlei na Olimpíada começa em 12 de agosto.
Anteontem, em treino do
Modena, equipe que defende
na Liga Italiana, o atleta chocou-se com o também brasileiro André Heller num bloqueio.
Exames indicaram fratura no
quarto metacarpo da mão esquerda. O metacarpo é a porção
média da mão -forma a parte
que "suporta" a palma.
A operação ocorreu no Centro de Cirurgia da Mão da Policlínica de Modena. A reportagem procurou o médico Antonio Landi, que cuidou da intervenção, mas não o localizou.
No hospital, um funcionário
informou que a cirurgia foi
bem-sucedida e que o canhoto
Ricardinho ficará, pelo menos,
um mês com a mão esquerda
imobilizada. Nesse período, ele
estará com um pino que foi fixado no local da fratura ontem
e que será retirado após 30 dias.
A fratura é mais um capítulo
no ocaso de Ricardinho desde a
última temporada. Após ser
eleito o melhor jogador da Liga
Mundial-2007, e a seleção faturar o sétimo título da competição, o levantador foi cortado da
equipe que disputou o Pan.
Na ocasião, Bernardinho
afirmou que "desgastes na relação" motivaram sua decisão. O
técnico jamais revelou o motivo do corte. Sempre falou que
tomou a atitude para preservar
o grupo visando à Olimpíada.
Desde então, Ricardinho não
voltou a jogar pela seleção. Seu
nome apareceu numa pré-lista
de convocados para a Copa do
Mundo, disputada em novembro com três vagas em jogo para
Pequim. Bernardinho declarou
que condicionava a volta do levantador a um pedido público
de retratação do atleta. Neste
ano, o técnico repetiu o discurso. Segundo ele, desde o corte,
Ricardinho não o procurou.
A assessoria da Confederação Brasileira de Vôlei disse
não ter informação se o levantador terá assistência dos médicos da seleção durante a recuperação da cirurgia.
Segundo o site do Modena,
Ricardinho poderá continuar
sua recuperação no Brasil, mas
isso ainda não está certo.
Rodrigão, que tem suspeita
de rompimento do ligamento
cruzado anterior do joelho esquerdo, chegou ontem ao Brasil
e será avaliado por médicos da
seleção. Hoje, ele deverá ser
examinado pelo médico Álvaro
Chamecki, que integra o estafe
de Bernardinho. Se tiver rompido o ligamento, Rodrigão terá
de ser operado e pode ficar fora
por pelo menos seis meses.
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