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Sou exceção, diz "ilegal" mais famoso
DA SUCURSAL DO RIO
""Clandestino" brasileiro mais bem-sucedido no
futebol mundial, o atacante Cacau, 28, alerta que a
sua trajetória não pode ser
usada como exemplo.
Em 2000, ele deixou a
escolinha Joana D'Arc, em
Mogi das Cruzes, para jogar num clube da comunidade turca em Munique (o
Türk-Gücü, da quinta divisão). Em 2001, Cacau se
transferiu para o time B do
Nuremberg e, três meses
depois, ganhou vaga de titular na equipe principal.
Desde então, atua na elite do milionário futebol
alemão. ""Dei muita sorte.
Não passei por metade do
que muitos atletas sofrem
aqui. Fui levado por um
amigo, que me colocou na
casa dele, me ensinou o
idioma, e fui beneficiado
pela legislação da época",
afirmou Cacau, que é um
dos principais jogadores
do tradicional Stuttgart.
Até 2001, o governo alemão concedia visto de trabalho a atletas que atuavam nas divisões amadoras. Hoje, os jogadores só
obtêm o visto para defender os clubes da primeira e
da segunda divisão.
Cacau está próximo de
realizar o sonho de disputar a sua primeira Copa.
Na última quarta, fez seu
""vestibular" com a camisa
alemã. O atacante, que
mudou a cidadania em
2009, entrou no segundo
tempo da derrota para a
Argentina por 1 a 0.
""Apesar do meu sucesso, não quero ser tratado
como exemplo. Já conheci
muitos jogadores que vieram em condições parecidas com a minha e se deram mal. Muitos empresários até usam o meu nome
para aliciar esses jovens",
disse Cacau, por telefone
celular, do quarto da concentração alemã, na terça.
""Gostaria de deixar claro aos jovens que não se
aventurem a jogar em clubes pequenos por aqui. Já
vi cinco atletas brasileiros
dividindo um quarto minúsculo, outro passando
fome, e um que vendeu tudo no Brasil para jogar
aqui, e o empresário sumiu. Essa vida não é fácil",
concluiu Cacau.
(SR)
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