São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

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JUCA KFOURI

A três meses da Copa do Mundo


A maior novidade da Copa da África do Sul, antes de ela acontecer, é a Espanha como a maior favorita

AS APOSTAS nas casas londrinas indicam a Fúria, na frente da seleção canarinho.
O ranking da Fifa tem também os atuais campeões europeus em primeiro lugar.
A imprensa espanhola revela grande confiança, e o torcedor espanhol não tem a menor dúvida de que chegou a vez de comemorar o título que falta a um país que venera tanto o futebol.
A seleção brasileira ir como a maior favorita é comum e, como uma das favoritas, é simplesmente obrigatório desde quase sempre.
Assim se dá também com a Itália, com a Alemanha, com a Argentina, por pior que seja o momento delas antes de cada Copa.
Como neste momento, quando a Itália dá sono, a Alemanha está empacada, e a Argentina, só agora, enfim, começa a mostrar que pode ser protagonista. Menos mal.
A Holanda e a Inglaterra, vira e mexe, aparecem, como de novo estão aparecendo. Mas a Espanha...
Uma Espanha que encanta atrás, no meio, principalmente, e, também, na frente. E não é por causa da vitória sobre a França, em Paris, coisa que não acontecia havia mais de 40 anos.
A França, afinal, foi derrotada com a mesma facilidade com que a seleção brasileira bateu a Irlanda, eliminada da Copa pela França, mas graças a um gol ilegal.
Nem mesmo é por causa da bolsa de apostas na capital inglesa ou devido ao nebuloso ranking da Fifa. Sem se dizer que sempre há de ser lembrado que no passado, na Copa das Confederações, quando espanhóis e brasileiros poderiam medir forças, eis que os Estados Unidos a derrotaram para serem derrotados, de virada, é verdade, e que virada!, pela seleção brasileira.
Antes, os espanhóis tinham suado sangue para ganhar da fraca África do Sul, e só na prorrogação.
Mas é exatamente porque a Espanha decepcionou na Copa das Confederações que será preciso tomar muito cuidado com ela, pois parece ter aprendido a lição, tamanha a humildade do discurso de seus principais craques quando confrontados com a badalação do favoritismo que a cerca novamente.
Uma final entre Brasil e Espanha é o jogo mais previsível e, na verdade, a partida mais esperada pelo mundo do futebol.
A história do confronto é frontalmente favorável aos brasileiros, com quatro vitórias e dois empates em oito jogos. Cinco dessas partidas valeram por Copas do Mundo, com três vitórias nacionais e uma espanhola, mas lá atrás, em 1934.
Em 1950, o time brasileiro não só ganhou como goleou, ao som de "Touradas de Madrid", por 6 a 1.
Foram necessários mais de 30 anos para que os espanhóis, humilhados pelo coro de quase 200 mil vozes no Maracanã, aceitassem fazer um amistoso contra os brasileiros, porque o "parará-tim-bum- -bum-bum" teimava em continuar a ferir os ouvidos deles.
Depois, nas Copas de 1962 e 1986, o Brasil ganhou por 2 a 1 e 1 a 0, mas com grande auxílio da arbitragem: tanto, em 1962, pelo famoso pênalti não marcado, quanto em 1986, pelo gol espanhol não visto (a bola entrou dois palmos) e pelo brasileiro, validado em impedimento.

blogdojuca@uol.com.br


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