São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

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Chuva e show levam jogo do Palmeiras até Barueri

Federação veta gramado do Parque Antarctica e adia duelo contra o Sertãozinho

Cartolas se apavoram com aguaceiro, pedem vistoria, anunciam cancelamento e irritam delegação rival, que fica sem roupa para treinar

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras entrou em campo ontem, às 17h, debaixo de sol e céu azul. Porém, apenas para treinar. O duelo contra o Sertãozinho, marcado para o mesmo horário, próximo dali, no Parque Antarctica, já estava adiado havia mais de quatro horas. O motivo? Chuva.
O confronto foi transferido para amanhã, às 21h, em Barueri. O Palmeiras diz que solicitou a mudança de local devido aos preparativos que serão realizados em seu estádio para o show que a banda norte-americana Guns'N'Roses fará no sábado.
A decisão de adiar a partida partiu da federação paulista após um pedido feito pelo vice-presidente palmeirense Gilberto Cipullo ao mandatário da entidade, Marco Polo Del Nero.
Segundo o gerente administrativo do clube, Sérgio do Prado, Cipullo ligou para Del Nero por volta das 10h30, quando a capital já enfrentava mais de cinco horas de chuva ininterrupta. De acordo com o o dirigente, naquele momento o gramado do Parque Antarctica encontrava-se encharcado.
"A nossa drenagem não tem um bom funcionamento", afirmou Do Prado. Em 2008 o Palmeiras realizou uma reforma no sistema de drenagem do estádio que os próprios cartolas admitem ter sido mal sucedida.
A história de ontem, porém, teve alguns ruídos. O principal deles surgiu do presidente da comissão de arbitragem da federação, Marcos Marinho, a pessoa encarregada por Del Nero para inspecionar as condições do campo de jogo.
Em contato com a reportagem, Marinho confirmou a versão de que esteve no local a pedido do presidente da federação. No entanto, disse que a visita aconteceu "quase a uma e meia da tarde", mesmo horário que havia sido passado por Sérgio do Prado. O site oficial do clube, no entanto, já havia noticiado o adiamento às 12h56.
Outro fato que causou estranheza foi o jogo ter sido adiado com tanta antecedência. O diretor de futebol do Palmeiras Genaro Marino justificou a escolha ao dizer que o clube "tinha a informação de que a chuva continuaria forte à tarde".
Porém, de acordo com Thomaz Garcia, técnico em meteorologia do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) paulistano, o volume de chuva ontem não justificaria o ato.
Tanto é que a notícia pegou a delegação do Sertãozinho de surpresa. "Se o Parque Antarctica não tem condições de drenar em cinco horas a chuva que caiu pela manhã, não deveria receber partidas nem de amador", disse o clube por meio de seu assessor, Marcio Javaroni.
O time chegou anteontem a São Paulo e havia programado permanecer até o meio-dia de hoje na capital. Por conta da alteração, a diretoria teve de correr atrás de um lugar para treinar e de um hotel em Barueri.
"Nossa programação era ficar aqui apenas dois dias. Vamos ter de treinar com uniforme sujo. Um diretor nosso saiu de carro agora atrás de uma lavanderia", afirmou Javaroni.
O técnico do Palmeiras, Antônio Carlos, também lamentou, já que o clube havia traçado outra programação. "Daríamos dois dias para os atletas passarem com seus familiares, e agora isso não será mais possível."


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