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AUTOMOBILISMO
Mundial de F-1 começa sob polêmica liderada pela Ferrari
Equipes protestam contra
a McLaren na Austrália
da Reportagem Local
Não bastassem as incertezas sobre o novo regulamento, a F-1 resolveu promover um verdadeiro
levante na abertura do Mundial
98, o GP da Austrália, que acontece a partir de 0h de domingo no
horário de Brasília.
Ontem, 6 das 11 equipes da categoria, lideradas pela Ferrari, assinaram uma carta contestando a legalidade do inovador sistema de
freios desenvolvido pela McLaren.
O equipamento, que distribuiria
a carga de freios de forma independente entre as duas rodas traseiras, vem sendo objeto de polêmica desde os bons resultados da
equipe na pré-temporada.
Anteontem, Jean Todt, chefe ferrarista, já discutia publicamente o
recurso do time de Ron Dennis.
"Sabemos que a FIA (Federação
Internacional de Automobilismo)
aprovou o sistema. Mas, na nossa
concepção, ele não está dentro das
regras", declarou.
A queixa acabou se generalizando, e a Ferrari obteve adesão de
mais cinco times: Arrows, Benetton, Jordan, Sauber e Stewart endossaram o documento, enviado
ao diretor de prova e funcionário
da FIA, Charlie Whitting.
A resposta de Dennis foi imediata: "Não estamos preocupados. Tivemos um árduo trabalho para desenvolver o sistema e tivemos nossos carros checados pelos comissários diversas vezes".
Ninguém sabe ao certo como
funciona a novidade. Mas especula-se que ela consiga produzir uma
espécie de controle de tração, o
que é proibido na categoria desde
a temporada de 94.
No ano passado, a McLaren já
havia sido acusada de desenvolver
um controle de tração camuflado
no acelerador eletrônico, que não
foi banido e acabou sendo imitado
por boa parte dos times.
Um acordo acabou eliminando
tal equipamento. E é aparentemente isso que os revoltosos agora
reivindicam.
David Richards, chefe da Benetton, apesar de tentar manter certa
distância do assunto, afirmou que
fatos desse tipo acabam "encarecendo" a categoria.
"Se nada for feito, seremos obrigados a desenvolver algo semelhante", disse.
Todt fez ameaça parecida. "É
mais sensato proibir tal recurso do
que forçar todos os times a desenvolver um próprio."
A Williams, que preferiu não comentar o assunto, tendo tomado
conhecimento da novidade da
McLaren no final do ano passado,
prudentemente preferiu desenvolver um sistema também alternativo. Curiosamente, não sofreu acusações, pelo menos até ontem.
Nesse clima de polêmica, o GP
da Austrália iria decidir seu grid de
largada hoje, em Melbourne, noite
de sexta-feira no Brasil.
Nos primeiros treinos livres, Mika Hakkinen e David Coulthard,
ambos da McLaren, haviam sido
os mais rápidos. Na sessão vespertina, com a pista parcialmente
molhada, o ferrarista Michael
Schumacher acabou com a melhor
marca.
(JHM)
NA TV - GP da Austrália, na
Globo, ao vivo, a partir de 0h
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