São Paulo, sábado, 7 de março de 1998

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AUTOMOBILISMO
Mundial de F-1 começa sob polêmica liderada pela Ferrari
Equipes protestam contra a McLaren na Austrália

da Reportagem Local

Não bastassem as incertezas sobre o novo regulamento, a F-1 resolveu promover um verdadeiro levante na abertura do Mundial 98, o GP da Austrália, que acontece a partir de 0h de domingo no horário de Brasília.
Ontem, 6 das 11 equipes da categoria, lideradas pela Ferrari, assinaram uma carta contestando a legalidade do inovador sistema de freios desenvolvido pela McLaren.
O equipamento, que distribuiria a carga de freios de forma independente entre as duas rodas traseiras, vem sendo objeto de polêmica desde os bons resultados da equipe na pré-temporada.
Anteontem, Jean Todt, chefe ferrarista, já discutia publicamente o recurso do time de Ron Dennis. "Sabemos que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) aprovou o sistema. Mas, na nossa concepção, ele não está dentro das regras", declarou.
A queixa acabou se generalizando, e a Ferrari obteve adesão de mais cinco times: Arrows, Benetton, Jordan, Sauber e Stewart endossaram o documento, enviado ao diretor de prova e funcionário da FIA, Charlie Whitting.
A resposta de Dennis foi imediata: "Não estamos preocupados. Tivemos um árduo trabalho para desenvolver o sistema e tivemos nossos carros checados pelos comissários diversas vezes".
Ninguém sabe ao certo como funciona a novidade. Mas especula-se que ela consiga produzir uma espécie de controle de tração, o que é proibido na categoria desde a temporada de 94.
No ano passado, a McLaren já havia sido acusada de desenvolver um controle de tração camuflado no acelerador eletrônico, que não foi banido e acabou sendo imitado por boa parte dos times.
Um acordo acabou eliminando tal equipamento. E é aparentemente isso que os revoltosos agora reivindicam.
David Richards, chefe da Benetton, apesar de tentar manter certa distância do assunto, afirmou que fatos desse tipo acabam "encarecendo" a categoria.
"Se nada for feito, seremos obrigados a desenvolver algo semelhante", disse.
Todt fez ameaça parecida. "É mais sensato proibir tal recurso do que forçar todos os times a desenvolver um próprio."
A Williams, que preferiu não comentar o assunto, tendo tomado conhecimento da novidade da McLaren no final do ano passado, prudentemente preferiu desenvolver um sistema também alternativo. Curiosamente, não sofreu acusações, pelo menos até ontem.
Nesse clima de polêmica, o GP da Austrália iria decidir seu grid de largada hoje, em Melbourne, noite de sexta-feira no Brasil.
Nos primeiros treinos livres, Mika Hakkinen e David Coulthard, ambos da McLaren, haviam sido os mais rápidos. Na sessão vespertina, com a pista parcialmente molhada, o ferrarista Michael Schumacher acabou com a melhor marca. (JHM) NA TV - GP da Austrália, na Globo, ao vivo, a partir de 0h



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