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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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AUTOMOBILISMO

Chuva, problema na pista, sucessão de acidentes graves, pane seca de Barrichello e polêmica do cigarro ameaçam o futuro do GP Brasil de F-1

Sem começo, sem fim

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O 32º GP Brasil de F-1 não começou nem terminou. Não se livrou dos problemas, apenas os acumulou. Não comemorou mais um herói nacional, novamente lamentou. Interlagos não não teve largada nem chegada.
Teve chuva, garoa e temporal, acidentes e um piloto hospitalizado que desfalcou o pódio. Teve 21 voltas sob a neutralidade do safety car e deixou de percorrer a de apresentação, assim como as últimas 16. Teve canceladas outras duas, conforme manda o regulamento, para determinar Kimi-Matias Raikonnen como vencedor. O finlandês, líder do Mundial, que sobreviveu com outros nove pilotos a uma das mais confusas corridas da história.
Rubens Barrichello e os outros nove capitularam, com panes, quebras, rodadas, acidentes. A chamada nova F-1, festejada como espetacular na Austrália e na Malásia, ganhou outros adjetivos desde que chegou a São Paulo.
Garantido pela Justiça e por um plantão antiliminares da Advocacia Geral da União e da prefeitura, o GP Brasil que começou marcado pela polêmica em torno da publicidade de cigarro terminou sob outra, a das condições da combalida pista de Interlagos.
Um problema de drenagem transformou a curva 3, no final da Reta Oposta, em um "rio", conforme descreveram vários pilotos. Seis carros ali ficaram, outros quatro escaparam por pouco.
A condição da pista foi agravada pela decisão das equipes de trazerem para São Paulo apenas pneus intermediários, próprios para chuvas leves. Um grande erro de avaliação, lamentado pela Federação Internacional de Automobilismo antes da prova.
A situação era tal que a corrida começou no ritmo do safety car. Terminou, antes do final, com o sério acidente de Fernando Alonso -está em observação e deve ser liberado na manhã de hoje-, que, de maca, não recebeu troféu.
Rubens Barrichello, da pole, perdeu posições logo após o safety car sair da pista, e a corrida efetivamente começar. Recuperou-se, alcançou a liderança, acendeu a torcida ensopada.
Mas o sonho de se tornar o primeiro brasileiro a vencer em seu país desde Ayrton Senna acabou na volta 47. Um problema eletrônico apagou a telemetria de seu carro nos boxes da Ferrari. O time errou nas contas e deixou o piloto sem gasolina na pista -pane seca, final melancólico para três dias de GP até então impecáveis.
Um final melancólico para Interlagos, que novamente fez questão de subverter o apenas aparente perfeccionismo da F-1.



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