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AUTOMOBILISMO
Chuva, problema na pista, sucessão de acidentes graves, pane seca de Barrichello e polêmica do cigarro ameaçam o futuro do GP Brasil de F-1
Sem começo, sem fim
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
O 32º GP Brasil de F-1 não começou nem terminou. Não se livrou dos problemas, apenas os
acumulou. Não comemorou mais
um herói nacional, novamente lamentou. Interlagos não não teve
largada nem chegada.
Teve chuva, garoa e temporal,
acidentes e um piloto hospitalizado que desfalcou o pódio. Teve 21
voltas sob a neutralidade do safety car e deixou de percorrer a de
apresentação, assim como as últimas 16. Teve canceladas outras
duas, conforme manda o regulamento, para determinar Kimi-Matias Raikonnen como vencedor. O finlandês, líder do Mundial, que sobreviveu com outros
nove pilotos a uma das mais confusas corridas da história.
Rubens Barrichello e os outros
nove capitularam, com panes,
quebras, rodadas, acidentes. A
chamada nova F-1, festejada como espetacular na Austrália e na
Malásia, ganhou outros adjetivos
desde que chegou a São Paulo.
Garantido pela Justiça e por um
plantão antiliminares da Advocacia Geral da União e da prefeitura,
o GP Brasil que começou marcado pela polêmica em torno da publicidade de cigarro terminou sob
outra, a das condições da combalida pista de Interlagos.
Um problema de drenagem
transformou a curva 3, no final da
Reta Oposta, em um "rio", conforme descreveram vários pilotos.
Seis carros ali ficaram, outros
quatro escaparam por pouco.
A condição da pista foi agravada pela decisão das equipes de
trazerem para São Paulo apenas
pneus intermediários, próprios
para chuvas leves. Um grande erro de avaliação, lamentado pela
Federação Internacional de Automobilismo antes da prova.
A situação era tal que a corrida
começou no ritmo do safety car.
Terminou, antes do final, com o
sério acidente de Fernando Alonso -está em observação e deve
ser liberado na manhã de hoje-,
que, de maca, não recebeu troféu.
Rubens Barrichello, da pole,
perdeu posições logo após o safety car sair da pista, e a corrida
efetivamente começar. Recuperou-se, alcançou a liderança,
acendeu a torcida ensopada.
Mas o sonho de se tornar o primeiro brasileiro a vencer em seu
país desde Ayrton Senna acabou
na volta 47. Um problema eletrônico apagou a telemetria de seu
carro nos boxes da Ferrari. O time
errou nas contas e deixou o piloto
sem gasolina na pista -pane seca, final melancólico para três dias
de GP até então impecáveis.
Um final melancólico para Interlagos, que novamente fez questão de subverter o apenas aparente perfeccionismo da F-1.
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