São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2005

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Corinthians sofre, xinga, goleia e enlouquece a Fiel

Torcida enche o Pacaembu para ver o time fazer história ao superar erro da arbitragem, marcar 5 a 1 no Cianorte e seguir vivo na Copa do Brasil

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Santos/Folha Imagem
O goleiro Adir falha em cobrança de falta do meia Roger, e o Corinthians marca o quarto gol sobre o Cianorte no Pacaembu


O Corinthians nunca tinha levado antes a melhor em um mata-mata após sair com uma desvantagem de três gols no jogo de ida. O Cianorte, fundado em 2002, nunca tinha perdido antes em sua história por uma diferença maior que três gols. Tudo até ontem.
Em um Pacaembu praticamente lotado, o time corintiano venceu por 5 a 1 o rival paranaense, que pintou como o maior fantasma da era MSI, e avançou assim à terceira fase da Copa do Brasil.
No jogo de ida, o placar de 3 a 0 para o Cianorte colocara a equipe que mais investiu na história do futebol brasileiro contra a parede. Mas ontem os "galáxicos" (como o presidente Alberto Dualib definiu o time após os reforços milionários, em comparação com os galácticos do Real Madrid) mandaram o rival para o paredão.
Como era esperado, o sufoco corintiano começou logo no primeiro minuto, quando a bola cruzou toda a área do Cianorte após escanteio de Roger.
Aos 11min, o goleiro Adir teve que se esforçar para evitar o primeiro gol corintiano, após Gustavo Nery acertar belo chute de fora da área. O goleiro conseguiu espalmar, mas no minuto seguinte não teria muito o que fazer.
Rocha atrasou mal a bola, e ele só pôde acompanhar Tevez passar e tocar para o gol vazio. O tento inicial saiu cedo, mas o sofrimento iria se estender até o fim.
Com a vantagem no placar, o Corinthians diminuiu seu ritmo inicial e viu o Cianorte ousar um pouco mais. Insistindo na ligação direta da defesa para o atacante Márcio, o time paranaense começou a incomodar. E o empate saiu exatamente em uma bola lançada à área do goleiro Fábio Costa.
Com quatro jogadores em posição irregular no momento da falta cobrada por Daniel Marques, Édson Santos aproveitou o rebote do goleiro corintiano para anotar um gol muito importante para sua equipe. Os corintianos precisavam a partir de então de pelo menos quatro tentos. E já tinham se passado 29 minutos de jogo.
O nervosismo tomou conta do Pacaembu. Daniel Passarella, cobrado pelos torcedores por ter apostado mais uma vez em Bobô, tratou de mexer no time ainda na primeira etapa. Tirou o zagueiro Marinho e investiu no meia Rosinei. A equipe voltou a agredir mais o recuado oponente.
Aos 39min, Roger fez lançamento rápido para Bobô, que se livrou do goleiro e, de forma inacreditável, chutou por cima do travessão com o gol vazio. Inspirado, Roger colocou o Corinthians em vantagem ainda no primeiro tempo. Recebeu ótimo passe de Marcelo Mattos e, aos 40min, fuzilou de perna esquerda.
No intervalo, a torcida protestou bastante contra a arbitragem.
No segundo tempo, o Corinthians voltou em ritmo alucinante, no melhor estilo blitz. Tevez recebeu cruzamento de Carlos Alberto e fez 3 a 1 quase da pequena área no segundo minuto. Aos 7min, Roger cobrou falta com força no meio do gol do Cianorte, e Adir engoliu um frango: 4 a 1.
Faltava só um gol, mas havia tempo. Que foi sendo gasto. Foram duas bolas no travessão do Cianorte, vários chutes travados pelos paranaenses. Sofrimento que o Corinthians gosta e que a MSI não esperava. O gol da classificação saiu só aos 35min: após cruzamento da direita, Gustavo Nery chutou fraco, com a sua perna ruim (direita). Adir foi mal de novo, e a bola, chorada, entrou.


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