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Toninho Cecílio se encontra na prancheta
Ex-dirigente do Palmeiras dá a volta por cima e vira sensação como técnico
Treinador conduz Grêmio
Prudente a cinco vitórias
seguidas, e equipe depende
apenas de si, hoje, para ir
às semifinais do Estadual
Ferreira Nascimento/‘Jornal Oeste Notícias’
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Toninho Cecílio (dir.), durante treino do Grêmio Prudente
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em menos de dois meses, Toninho Cecílio, 42, trocou a roupa social de dirigente e a enxurrada de críticas recebidas na gerência do Palmeiras pelo agasalho e a campanha de cinco vitórias seguidas como técnico do
Grêmio Prudente. A ressurreição dele confunde-se com a do
clube, que, após mudar de nome e de CEP -era antes Grêmio Barueri-, depende só de si
para ir à semifinal do Paulista.
FOLHA - Ser técnico é sua vocação
mesmo, a função na qual se sente
mais à vontade?
TONINHO CECÍLIO
- Sem dúvida,
mesmo sabendo que eu vou enfrentar momentos ruins. Isso
eu já sabia, tanto que eu desisti
de uma carreira... Eu tinha
mercado como dirigente, mas
não quis continuar. Penso nisso
[ser técnico] desde os 20 anos.
É algo que sempre me agradou,
a organização das equipes, o comando, você liderar um grupo
em busca de um objetivo.
FOLHA - Você passou por uma fase
conturbada no Palmeiras e virou alvo da ira da torcida. Foi injustiçado?
TONINHO
- Ah, é difícil falar de
novo do Palmeiras. Estou com
a cabeça voltada para cá, é até
um desrespeito com os dirigentes daqui, com o momento que
vivemos. O que falei está falado.
(...) Injustiçado eu fui mesmo,
mas faz parte do negócio.
FOLHA - Em algum momento seu
nome foi cogitado para ser técnico
do Palmeiras, principalmente na
transição do [Vanderlei] Luxemburgo para o Muricy [Ramalho]?
TONINHO
- Na reunião em que
se decidiu pela saída do Vanderlei, o primeiro nome que o
[Luiz Gonzaga] Belluzzo [presidente do clube] colocou para
assumir o time interinamente
foi o meu. Mas foi uma exigência minha, logo na chegada ao
Palmeiras, jamais assumir interinamente. São coisas incompatíveis assumir o time e continuar como dirigente.
FOLHA - E hoje, se o Palmeiras fizesse um convite, você toparia?
TONINHO
- É uma pergunta
complicadíssima. Tem um treinador lá, é indelicado falar sobre isso. O que eu posso dizer é
que não tenho medo de nada,
assumo qualquer clube a qualquer momento. Os maiores desafios são os que mais me
atraem. Vou me preparar para
ser um treinador de alto nível e
batalhar para que isso aconteça
rapidamente. Sou imediatista.
FOLHA - O fato de você ter sido
atleta, dirigente e, agora, técnico
ajuda dentro desse mercado?
TONINHO
- Ajuda muito porque
você tem parâmetros, a exata
noção das dificuldades do mercado como um todo. Hoje eu
posso dizer que sei como pensa
um jogador, um dirigente e um
treinador. São experiências que
agregam valor ao profissional.
É como o Dorival Jr. [técnico
do Santos], por exemplo. Ele foi
três anos dirigente do Figueirense e se tornou treinador lá.
FOLHA - Essa sequência de cinco vitórias você já credita ao seu trabalho
ou é mais uma coincidência?
TONINHO
- Isso tem todo um
trabalho meu e da diretoria.
Não sou falso humilde, eu sei o
que fiz para chegar a essas cinco vitórias. Coincidência não
existe. Mas tem mérito de todo
mundo, da diretoria que montou o elenco, do antigo treinador. E o mérito maior é dos jogadores. Mas não tenha dúvida
de que o meu trabalho fica claro
na organização da equipe. É um
time que não tem medo de jogar em lugar nenhum. É uma
equipe fria, calculista.
FOLHA - Qual adversário seria mais
difícil num eventual mata-mata?
TONINHO
- O Santos é o time
que joga acima da média. Mas,
para nós, todos são adversários
complicados. Para um time do
porte do Grêmio, todos os jogos
são como clássicos. Superação
é uma palavra recorrente aqui.
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