São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toninho Cecílio se encontra na prancheta

Ex-dirigente do Palmeiras dá a volta por cima e vira sensação como técnico

Treinador conduz Grêmio Prudente a cinco vitórias seguidas, e equipe depende apenas de si, hoje, para ir às semifinais do Estadual

Ferreira Nascimento/‘Jornal Oeste Notícias’
Toninho Cecílio (dir.), durante treino do Grêmio Prudente

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em menos de dois meses, Toninho Cecílio, 42, trocou a roupa social de dirigente e a enxurrada de críticas recebidas na gerência do Palmeiras pelo agasalho e a campanha de cinco vitórias seguidas como técnico do Grêmio Prudente. A ressurreição dele confunde-se com a do clube, que, após mudar de nome e de CEP -era antes Grêmio Barueri-, depende só de si para ir à semifinal do Paulista.

 

FOLHA - Ser técnico é sua vocação mesmo, a função na qual se sente mais à vontade?
TONINHO CECÍLIO
- Sem dúvida, mesmo sabendo que eu vou enfrentar momentos ruins. Isso eu já sabia, tanto que eu desisti de uma carreira... Eu tinha mercado como dirigente, mas não quis continuar. Penso nisso [ser técnico] desde os 20 anos. É algo que sempre me agradou, a organização das equipes, o comando, você liderar um grupo em busca de um objetivo.

FOLHA - Você passou por uma fase conturbada no Palmeiras e virou alvo da ira da torcida. Foi injustiçado?
TONINHO
- Ah, é difícil falar de novo do Palmeiras. Estou com a cabeça voltada para cá, é até um desrespeito com os dirigentes daqui, com o momento que vivemos. O que falei está falado. (...) Injustiçado eu fui mesmo, mas faz parte do negócio.

FOLHA - Em algum momento seu nome foi cogitado para ser técnico do Palmeiras, principalmente na transição do [Vanderlei] Luxemburgo para o Muricy [Ramalho]?
TONINHO
- Na reunião em que se decidiu pela saída do Vanderlei, o primeiro nome que o [Luiz Gonzaga] Belluzzo [presidente do clube] colocou para assumir o time interinamente foi o meu. Mas foi uma exigência minha, logo na chegada ao Palmeiras, jamais assumir interinamente. São coisas incompatíveis assumir o time e continuar como dirigente.

FOLHA - E hoje, se o Palmeiras fizesse um convite, você toparia?
TONINHO
- É uma pergunta complicadíssima. Tem um treinador lá, é indelicado falar sobre isso. O que eu posso dizer é que não tenho medo de nada, assumo qualquer clube a qualquer momento. Os maiores desafios são os que mais me atraem. Vou me preparar para ser um treinador de alto nível e batalhar para que isso aconteça rapidamente. Sou imediatista.

FOLHA - O fato de você ter sido atleta, dirigente e, agora, técnico ajuda dentro desse mercado?
TONINHO
- Ajuda muito porque você tem parâmetros, a exata noção das dificuldades do mercado como um todo. Hoje eu posso dizer que sei como pensa um jogador, um dirigente e um treinador. São experiências que agregam valor ao profissional. É como o Dorival Jr. [técnico do Santos], por exemplo. Ele foi três anos dirigente do Figueirense e se tornou treinador lá.

FOLHA - Essa sequência de cinco vitórias você já credita ao seu trabalho ou é mais uma coincidência?
TONINHO
- Isso tem todo um trabalho meu e da diretoria. Não sou falso humilde, eu sei o que fiz para chegar a essas cinco vitórias. Coincidência não existe. Mas tem mérito de todo mundo, da diretoria que montou o elenco, do antigo treinador. E o mérito maior é dos jogadores. Mas não tenha dúvida de que o meu trabalho fica claro na organização da equipe. É um time que não tem medo de jogar em lugar nenhum. É uma equipe fria, calculista.

FOLHA - Qual adversário seria mais difícil num eventual mata-mata?
TONINHO
- O Santos é o time que joga acima da média. Mas, para nós, todos são adversários complicados. Para um time do porte do Grêmio, todos os jogos são como clássicos. Superação é uma palavra recorrente aqui.


Texto Anterior: Tostão: Dança dos conceitos
Próximo Texto: Surpresa: Diretoria diz que trouxe treinador para acordar jogadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.