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Com Kia isolado no poder, Corinthians desmorona
Representante da milionária MSI, iraniano dá as cartas sozinho em 2006 e leva equipe, que enfrenta o São Paulo hoje no interior, a recordes negativos no Paulista e na Libertadores
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na sua segunda temporada como administradora do futebol corintiano, a MSI de Kia Joorabchian fez o planejamento que não
conseguiu no ano passado. E o resultado não foi nada bom.
Com controle total em 2006 -o
Corinthians nem mais vice-presidente de futebol atuante tem-, a
empresa tocada pelo iraniano viu
o número de derrotas disparar e
campanhas com recordes negativos no Campeonato Paulista e na
Taça Libertadores da América.
No Brasileiro, em que hoje enfrenta o carrasco São Paulo, em
São José do Rio Preto, a equipe está perto da zona de rebaixamento.
Em 30 jogos oficiais no ano, o time já perdeu 11 vezes -seis pelo
Paulista, três pelas Libertadores e
outras duas pelo Nacional. Em
2005, atingiu essa marca somente
depois de disputar 41 partidas.
Para os padrões de elencos onerosos montados com o dinheiro
de parceiros milionários, o Corinthians teve desempenho pífio no
Paulista encerrado em abril.
Nas cinco edições disputadas
com Excel, HMTF e a própria
MSI, o clube ganhou o Estadual
duas vezes e tinha como pior colocação um terceiro lugar. Em
2006, foi apenas sexto, 12 pontos
atrás do campeão Santos.
O desempenho na Libertadores
foi o pior do Corinthians nas últimas cinco vezes em que disputou
o torneio. O time caiu nas oitavas-de-final e teve aproveitamento geral de 54%. Em 2003, a eliminação
ocorreu na mesma fase, mas a
performance foi de 63%.
Se é verdade que as brigas com a
diretoria corintiana ajudam a explicar tais resultados, Kia não pode negar que nesta temporada o
Corinthians tem sua cara.
Em 2005, ele assumiu o clube
um mês antes do início da temporada. Teve que engolir um técnico
de que não gostava (Tite). Trouxe
nomes de peso, mas o grosso do
elenco era formado por pratas da
casa. Agora, em 2006, tudo foi diferente. A diretoria corintiana não
queria o técnico Antônio Lopes,
mas Kia o bancou, assim como fez
depois com Ademar Braga.
Alberto Dualib contratou Marcelinho, mas a MSI o desprezou, e
ele não jogou pelo time até hoje.
Na sexta, dia seguinte à trágica
derrota para o River Plate, Kia se
calou. Mas, no dia do jogo, antes
do revés, prometia um novo planejamento em caso de eliminação
na Libertadores, torneio que a
MSI elegeu como prioridade.
"Perder não é o fim do mundo.
Times com grandes investimentos, como o Chelsea e o Real Madrid, também não conquistaram
a Copa dos Campeões", afirmou o
executivo iraniano, que, segundo
o "The Sun", já recebeu do time
inglês uma proposta de US$ 37
milhões para vender Tevez.
A meta, diz ele, é voltar à Libertadores em 2007 e cumprir o que
havia sido estabelecido já para este ano. "Não saio daqui sem cumprir isso", falou Kia à Folha na semana passada. Ele deve iniciar
uma reformulação no elenco para
a seqüência desta temporada.
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