São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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Com Kia isolado no poder, Corinthians desmorona

Representante da milionária MSI, iraniano dá as cartas sozinho em 2006 e leva equipe, que enfrenta o São Paulo hoje no interior, a recordes negativos no Paulista e na Libertadores

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na sua segunda temporada como administradora do futebol corintiano, a MSI de Kia Joorabchian fez o planejamento que não conseguiu no ano passado. E o resultado não foi nada bom.
Com controle total em 2006 -o Corinthians nem mais vice-presidente de futebol atuante tem-, a empresa tocada pelo iraniano viu o número de derrotas disparar e campanhas com recordes negativos no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores da América.
No Brasileiro, em que hoje enfrenta o carrasco São Paulo, em São José do Rio Preto, a equipe está perto da zona de rebaixamento.
Em 30 jogos oficiais no ano, o time já perdeu 11 vezes -seis pelo Paulista, três pelas Libertadores e outras duas pelo Nacional. Em 2005, atingiu essa marca somente depois de disputar 41 partidas.
Para os padrões de elencos onerosos montados com o dinheiro de parceiros milionários, o Corinthians teve desempenho pífio no Paulista encerrado em abril.
Nas cinco edições disputadas com Excel, HMTF e a própria MSI, o clube ganhou o Estadual duas vezes e tinha como pior colocação um terceiro lugar. Em 2006, foi apenas sexto, 12 pontos atrás do campeão Santos.
O desempenho na Libertadores foi o pior do Corinthians nas últimas cinco vezes em que disputou o torneio. O time caiu nas oitavas-de-final e teve aproveitamento geral de 54%. Em 2003, a eliminação ocorreu na mesma fase, mas a performance foi de 63%.
Se é verdade que as brigas com a diretoria corintiana ajudam a explicar tais resultados, Kia não pode negar que nesta temporada o Corinthians tem sua cara.
Em 2005, ele assumiu o clube um mês antes do início da temporada. Teve que engolir um técnico de que não gostava (Tite). Trouxe nomes de peso, mas o grosso do elenco era formado por pratas da casa. Agora, em 2006, tudo foi diferente. A diretoria corintiana não queria o técnico Antônio Lopes, mas Kia o bancou, assim como fez depois com Ademar Braga.
Alberto Dualib contratou Marcelinho, mas a MSI o desprezou, e ele não jogou pelo time até hoje.
Na sexta, dia seguinte à trágica derrota para o River Plate, Kia se calou. Mas, no dia do jogo, antes do revés, prometia um novo planejamento em caso de eliminação na Libertadores, torneio que a MSI elegeu como prioridade.
"Perder não é o fim do mundo. Times com grandes investimentos, como o Chelsea e o Real Madrid, também não conquistaram a Copa dos Campeões", afirmou o executivo iraniano, que, segundo o "The Sun", já recebeu do time inglês uma proposta de US$ 37 milhões para vender Tevez.
A meta, diz ele, é voltar à Libertadores em 2007 e cumprir o que havia sido estabelecido já para este ano. "Não saio daqui sem cumprir isso", falou Kia à Folha na semana passada. Ele deve iniciar uma reformulação no elenco para a seqüência desta temporada.


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