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FUTEBOL
Equipe que tradicionalmente derruba comandantes do rival pode vitimar Ademar Braga em São José do Rio Preto
São Paulo mira o 15º técnico corintiano
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece perseguição. Talvez seja
mesmo. Mas, por incrível que pareça, novamente um técnico do
Corinthians está na alça de mira
antes de enfrentar o São Paulo.
O clube do Morumbi se especializou em derrubar treinadores do
rival do Parque São Jorge. Ao longo da história, foram 15 vezes,
com 14 treinadores -Dino Sani
foi demitido duas vezes.
O último a cair foi Antônio Lopes, após derrota por 2 a 1 no
Campeonato Paulista deste ano.
O ameaçado hoje, no clássico
que será disputado em São José
do Rio Preto, às 16h, é Ademar
Braga. Embalado no Brasileiro,
com seis pontos, e na Libertadores -está nas quartas-de-final-,
o clube do Morumbi vai enfrentar
um time abatido por fracassar novamente no torneio interclubes.
"É uma feliz coincidência eles
perderem o técnico sempre contra a gente", afirmou o superintendente de futebol do São Paulo,
Marco Aurélio Cunha.
O cartola do São Paulo, aliás, é
um dos que exibem o cartel de
provocações contra os rivais. Cunha zombou da eliminação corintiana na Libertadores. Foi acompanhado pelo meia Souza, que,
com os dedos, mostrou, ainda no
CT, o placar de 3 a 1 da derrota corintiana para o River Plate.
Antes disso, Souza havia provocado os corintianos dizendo que o
clube deveria rezar para não jogar
contra os são-paulinos no torneio
continental. Os corintianos, por
meio de seu capitão, o atacante
Carlitos Tevez, responderam.
O argentino disse que os rivais
estavam com medo de encará-los.
Cunha rebateu, dizendo que Tevez, primeiro, precisa vencer um
jogo e marcar contra o São Paulo.
O argentino ainda não fez gols
no rival de hoje e tenta quebrar o
tabu de sua equipe diante do clube do Morumbi. Desde 2003, na
decisão do Estadual, o Corinthians não bate o São Paulo. A
partir de então, foram nove jogos,
com seis vitórias e três empates.
O trauma fez o presidente corintiano, Alberto Dualib, dizer
que, se fosse para demitir Braga,
teria de fazê-lo antes do clássico.
Em hipótese alguma, disse, ele
cairá em caso de revés hoje. Não
quer dar o gosto aos rivais.
A pressão pela queda do técnico, porém, intensificou-se. Dirigentes do clube reclamam que
Braga não tem comando.
"Enquanto os jogadores mandarem no time, o Corinthians não
vai a lugar nenhum", acredita o
conselheiro Rubens Gomes.
Braga já disse que não pedirá
demissão. "Acho que esse jogo
pode ser ótimo. É a nossa chance
de reabilitação", afirma ele, confiante, sobre a equipe que soma só
três pontos no torneio nacional.
Sem problemas e na condição
de atual campeão da Libertadores, o time do Morumbi sonha em
levantar a taça do Brasileiro, que
não conquista desde 1991.
"A diretoria quer um elenco
bem competitivo. O Brasileiro
tem que ser considerado uma
prioridade, pois, se o São Paulo
sair da Libertadores, o time fica
em uma posição tranqüila para
lutar pelo topo", diz Cunha.
Por isso, Muricy deve poupar
três titulares, -Josué, Júnior e
Danilo-, e não todo o elenco.
Até ontem, foram vendidos 10
mil dos 34.700 ingressos postos à
venda no Benedito Teixeira. Cerca de 350 policiais militares de São
Paulo irão a São José do Rio Preto,
onde se juntarão com a PM local
para a segurança no estádio.
NA TV - Record (para SP e
Porto Alegre) e Globo (para
Grande São Paulo), ao vivo, às 16h
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