São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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FUTEBOL

Equipe que tradicionalmente derruba comandantes do rival pode vitimar Ademar Braga em São José do Rio Preto

São Paulo mira o 15º técnico corintiano

EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Parece perseguição. Talvez seja mesmo. Mas, por incrível que pareça, novamente um técnico do Corinthians está na alça de mira antes de enfrentar o São Paulo.
O clube do Morumbi se especializou em derrubar treinadores do rival do Parque São Jorge. Ao longo da história, foram 15 vezes, com 14 treinadores -Dino Sani foi demitido duas vezes.
O último a cair foi Antônio Lopes, após derrota por 2 a 1 no Campeonato Paulista deste ano.
O ameaçado hoje, no clássico que será disputado em São José do Rio Preto, às 16h, é Ademar Braga. Embalado no Brasileiro, com seis pontos, e na Libertadores -está nas quartas-de-final-, o clube do Morumbi vai enfrentar um time abatido por fracassar novamente no torneio interclubes.
"É uma feliz coincidência eles perderem o técnico sempre contra a gente", afirmou o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha.
O cartola do São Paulo, aliás, é um dos que exibem o cartel de provocações contra os rivais. Cunha zombou da eliminação corintiana na Libertadores. Foi acompanhado pelo meia Souza, que, com os dedos, mostrou, ainda no CT, o placar de 3 a 1 da derrota corintiana para o River Plate.
Antes disso, Souza havia provocado os corintianos dizendo que o clube deveria rezar para não jogar contra os são-paulinos no torneio continental. Os corintianos, por meio de seu capitão, o atacante Carlitos Tevez, responderam.
O argentino disse que os rivais estavam com medo de encará-los. Cunha rebateu, dizendo que Tevez, primeiro, precisa vencer um jogo e marcar contra o São Paulo.
O argentino ainda não fez gols no rival de hoje e tenta quebrar o tabu de sua equipe diante do clube do Morumbi. Desde 2003, na decisão do Estadual, o Corinthians não bate o São Paulo. A partir de então, foram nove jogos, com seis vitórias e três empates.
O trauma fez o presidente corintiano, Alberto Dualib, dizer que, se fosse para demitir Braga, teria de fazê-lo antes do clássico. Em hipótese alguma, disse, ele cairá em caso de revés hoje. Não quer dar o gosto aos rivais.
A pressão pela queda do técnico, porém, intensificou-se. Dirigentes do clube reclamam que Braga não tem comando.
"Enquanto os jogadores mandarem no time, o Corinthians não vai a lugar nenhum", acredita o conselheiro Rubens Gomes.
Braga já disse que não pedirá demissão. "Acho que esse jogo pode ser ótimo. É a nossa chance de reabilitação", afirma ele, confiante, sobre a equipe que soma só três pontos no torneio nacional.
Sem problemas e na condição de atual campeão da Libertadores, o time do Morumbi sonha em levantar a taça do Brasileiro, que não conquista desde 1991.
"A diretoria quer um elenco bem competitivo. O Brasileiro tem que ser considerado uma prioridade, pois, se o São Paulo sair da Libertadores, o time fica em uma posição tranqüila para lutar pelo topo", diz Cunha.
Por isso, Muricy deve poupar três titulares, -Josué, Júnior e Danilo-, e não todo o elenco.
Até ontem, foram vendidos 10 mil dos 34.700 ingressos postos à venda no Benedito Teixeira. Cerca de 350 policiais militares de São Paulo irão a São José do Rio Preto, onde se juntarão com a PM local para a segurança no estádio.


NA TV - Record (para SP e Porto Alegre) e Globo (para Grande São Paulo), ao vivo, às 16h


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