São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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PINGUE-PONGUE

Keke diz que já perdeu o controle sobre o filho

DO ENVIADO A NURBURGRING

De ex-piloto a pai de piloto da F-1 a simples turista. O fin-landês Keke Rosberg, 57, experimentou essa metamorfose nos últimos meses.
Campeão em 1982, viu o filho Nico assinar com a mesma Williams que lhe deu o título mundial e, a partir daí, perdeu o controle sobre ele.
Vários quilos a mais em relação aos tempos em que dividia as pistas com Emerson Fittipaldi, Gilles Villeneuve e Nelson Piquet, cabelos e bigode brancos, Rosberg falou à Folha no paddock do circuito de Nurburgring. (FSX)

Folha - Seu ex-adversário e amigo Nelson Piquet vive dizendo que o filho Nelsinho é melhor piloto do que ele foi. Você acha o mesmo do Nico?
Keke Rosberg -
Eu não acho que seja muito apropriado publicar num jornal o que eu acho [risos]. Você não vai me colocar numa polêmica contra o Nelson. Ele fala essas merdas há anos.

Folha - Não, ele não estava falando que o Nelsinho é melhor que o Nico. Mas sim que o Nelsinho é melhor piloto do que ele, Nelson.
Rosberg -
Ah, sim... Isso é compreensível. É um pai falando de um filho. Mas o Nelson fala muito mesmo. Gosta de polemizar.

Folha - Qual é a sua avaliação sobre o desempenho do Nico neste início de vida como piloto de F-1?
Rosberg -
Simplesmente não avalio. Não tenho como. Estou aqui meramente como um turista, curtindo um fim de semana normal de F-1.

Folha - Mas fora da pista, no dia-a-dia, vocês devem conversar sobre F-1...
Rosberg -
Para dizer a verdade, conversamos muito pouco. Eu quase não o vejo mais. Perdi o controle sobre ele [risos]. Acho que me tornei a pessoa que atualmente mais dificuldades tem para se aproximar do Nico. Ele está trabalhando tanto, tem de fazer tantas viagens, testes, compromissos com patrocinadores, que eu quase não o vejo em casa.

Folha - Você acha que essa é uma das grandes diferenças entre a época em que você corria na F-1 e a dele?
Rosberg -
Naquela época, a gente também trabalhava duro. Também testava e tinha patrocinadores pessoais. Mas agora acredito que há um certo exagero.

Folha - Há um ano, você esperava que o Nico estivesse no estágio em que ele está hoje como piloto?
Rosberg -
Eu esperava, sim. Mas na F-1 a gente nunca sabe o que vai acontecer. Ele sempre trabalhou duro, mas hoje não há muitos lugares disponíveis na F-1.

Folha - Você acredita que essa é a chave para o sucesso? Trabalhar duro?
Rosberg -
Acho que sim. Como diz o [Fernando] Alonso [atual campeão mundial da categoria], você tem que viver F-1 365 dias por ano para ter uma chance. Hoje é assim.


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