São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

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NBA quer liberação de forasteiros a seleções

Liga reage à pressão de times para que jogadores não se desgastem nas férias

Entidade faz acordo com federação internacional para que atletas defendam seus países; Brasil tem 4 representantes nos EUA

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A NBA está preocupada com a deserção dos jogadores a suas seleções nacionais. E já age nos bastidores para garantir que os estrangeiros da liga não deixem de defender seus países.
Um comunicado datado do dia 2 adverte as 30 franquias que há um acordo entre a direção da NBA e a Fiba (Federação Internacional de Basquete).
"Essa carta é um lembrete aos clubes de que, segundo combinação da NBA com a Fiba, as equipes devem permitir que seus jogadores atuem em competições por seus times nacionais, desde que seja fornecido o seguro adequado. Isso inclui Olimpíadas, Mundiais, campeonatos continentais (como o Europeu) e competições classificatórias relevantes", afirma o comunicado da NBA.
A iniciativa é uma reação à pressão de algumas equipes para que seus atletas não se desgastem nas férias.
A seleção brasileira pode ser uma das atingidas. O técnico Lula ainda aguarda manifestação dos atletas nos EUA: Leandrinho (Phoenix), Nenê (Denver), Anderson Varejão (Cleveland) e Baby (Utah).
Nenê já anunciou que não deve disputar o Pré-Olímpico de Las Vegas, a partir de agosto, por causa de suas divergências com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
O pivô não atua pela seleção desde a fracassada campanha no Pré-Olímpico de Porto Rico, em 2003. O Brasil não conquistou vaga para as duas últimas edições das Olimpíadas, em Sydney-2000 e Atenas-2004.
Semana passada, em entrevista à Folha, Leandrinho também pôs em xeque sua participação. "Eles [dirigentes do Phoenix] têm medo de lesão. Preferem que, se for para se machucar, que seja aqui, onde têm médicos e recursos", contou o atleta, eleito o melhor reserva da temporada.
O problema não é restrito aos jogadores do Brasil.
Manu Ginóbili, maior astro argentino, já anunciou que não irá jogar o Pré-Olímpico.
O armador atendeu ao apelo feito pelo técnico do San Antonio, Gregg Popovich.
"Dissemos que não queríamos que ele fosse. Por que nós iríamos querer?", argumentou o treinador, que afirma ter ciência das regras.
"Sei que não temos poder para proibi-lo. A decisão final é do atleta. Nosso aviso é para que não vá. Fizemos um investimento grande nele", justifica.
"No caso do Manu, ele já conquistou tudo em nível mundial. Já fez sua parte, mais do que os outros. Só deixamos ele saber o que sentíamos", completa.
A coerção também pode atingir outro titular do time campeão olímpico, o pivô Fabricio Oberto, companheiro de Ginóbili no San Antonio.
Walter Herrmann, do Charlotte, é mais um que já descartou defender a Argentina.
Em 2006, o ala seguiu para o Mundial do Japão ainda se recuperando de uma contusão.
"O clube responsabilizou a seleção e me avisou para não me apresentar para a seleção e descansar por uns tempos", contou o jogador do Charlotte.
Até europeus podem desfalcar a Argentina. O armador Pepe Sánchez, do Unicaja Málaga, outro titular do time campeão olímpico, ainda não confirmou se seguirá para Las Vegas.
"Tive uma temporada muito dura e ainda não sei o que fazer. Será uma decisão difícil."


Com agências internacionais


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