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NBA quer liberação de forasteiros a seleções
Liga reage à pressão de times para que jogadores não se desgastem nas férias
Entidade faz acordo com
federação internacional
para que atletas defendam
seus países; Brasil tem 4
representantes nos EUA
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A NBA está preocupada com
a deserção dos jogadores a suas
seleções nacionais. E já age nos
bastidores para garantir que os
estrangeiros da liga não deixem
de defender seus países.
Um comunicado datado do
dia 2 adverte as 30 franquias
que há um acordo entre a direção da NBA e a Fiba (Federação
Internacional de Basquete).
"Essa carta é um lembrete
aos clubes de que, segundo
combinação da NBA com a Fiba, as equipes devem permitir
que seus jogadores atuem em
competições por seus times nacionais, desde que seja fornecido o seguro adequado. Isso inclui Olimpíadas, Mundiais,
campeonatos continentais (como o Europeu) e competições
classificatórias relevantes",
afirma o comunicado da NBA.
A iniciativa é uma reação à
pressão de algumas equipes para que seus atletas não se desgastem nas férias.
A seleção brasileira pode ser
uma das atingidas. O técnico
Lula ainda aguarda manifestação dos atletas nos EUA: Leandrinho (Phoenix), Nenê (Denver), Anderson Varejão (Cleveland) e Baby (Utah).
Nenê já anunciou que não
deve disputar o Pré-Olímpico
de Las Vegas, a partir de agosto,
por causa de suas divergências
com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
O pivô não atua pela seleção
desde a fracassada campanha
no Pré-Olímpico de Porto Rico,
em 2003. O Brasil não conquistou vaga para as duas últimas
edições das Olimpíadas, em
Sydney-2000 e Atenas-2004.
Semana passada, em entrevista à Folha, Leandrinho também pôs em xeque sua participação. "Eles [dirigentes do
Phoenix] têm medo de lesão.
Preferem que, se for para se
machucar, que seja aqui, onde
têm médicos e recursos", contou o atleta, eleito o melhor reserva da temporada.
O problema não é restrito
aos jogadores do Brasil.
Manu Ginóbili, maior astro
argentino, já anunciou que não
irá jogar o Pré-Olímpico.
O armador atendeu ao apelo
feito pelo técnico do San Antonio, Gregg Popovich.
"Dissemos que não queríamos que ele fosse. Por que nós
iríamos querer?", argumentou
o treinador, que afirma ter
ciência das regras.
"Sei que não temos poder para proibi-lo. A decisão final é do
atleta. Nosso aviso é para que
não vá. Fizemos um investimento grande nele", justifica.
"No caso do Manu, ele já conquistou tudo em nível mundial.
Já fez sua parte, mais do que os
outros. Só deixamos ele saber o
que sentíamos", completa.
A coerção também pode
atingir outro titular do time
campeão olímpico, o pivô Fabricio Oberto, companheiro de
Ginóbili no San Antonio.
Walter Herrmann, do Charlotte, é mais um que já descartou defender a Argentina.
Em 2006, o ala seguiu para o
Mundial do Japão ainda se recuperando de uma contusão.
"O clube responsabilizou a
seleção e me avisou para não
me apresentar para a seleção e
descansar por uns tempos",
contou o jogador do Charlotte.
Até europeus podem desfalcar a Argentina. O armador Pepe Sánchez, do Unicaja Málaga,
outro titular do time campeão
olímpico, ainda não confirmou
se seguirá para Las Vegas.
"Tive uma temporada muito
dura e ainda não sei o que fazer.
Será uma decisão difícil."
Com agências internacionais
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