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Garrincha só sossegou com 2º rádio
DO ENVIADO A BRASÍLIA
Uma das histórias mais
folclóricas da Copa-58 envolveu Mário Trigo e Garrincha. Em ""O Eterno Futebol", o livro de Trigo,
consta que Garrincha de
fato achou que seu rádio
"falava sueco" e que o ponta foi ludibriado pelo massagista Mário Américo.
"Ele deu golpe no Mané", falou Trigo à Folha.
Américo tratava de Garrincha, que estava entretido com o pequeno rádio
transistorizado. Perguntou quanto ele havia pagado pelo objeto. ""180 coroas", falou o ponta, que
foi em seguida enganado.
"Como vai levar ele para
o Brasil se ele só fala sueco?", perguntou Américo,
oferecendo 90 coroas para
Garrincha ""amenizar" seu
prejuízo. O negócio foi feito: Américo ficou com o
rádio dele, e o ponta foi reclamar com Trigo, que o
ajudara a comprar a peça.
Trigo pegou então 180
coroas com Paulo Machado de Carvalho e comprou
outro rádio para Garrincha, que ficou satisfeito
com o rádio ""multilíngüe".
Garrincha, brincalhão
como Trigo, tem várias
histórias com o dentista,
como a que deixou de
comprar gravatas na Itália, onde o Brasil fez amistosos antes da Copa-58,
porque a loja italiana não
tinha gravata estrangeira.
"Gravata nacional compro no Brasil", diz Garrincha no livro de Trigo.
Segundo Vâni Trigo, as
piadas do marido eram de
todo tipo. "Fazia piada de
tudo. Tinha as bravas, mas
na boca do Mário nem parecia palavrão pela graciosidade que ele falava. Ele
criava piadas, cem por dia,
as gravava e as dava para o
Chico Anysio aproveitar."
Trigo ainda fala seus palavrões. ""Garrincha era
um puta jogador." E Gilmar? ""Puta que pariu, esse
era um grande goleiro."
Indagado sobre qual seria sua maior paixão, o futebol ou a odontologia, a
resposta vem fácil: ""Futebol". Dona Vâni, humilde,
se coloca como quarta paixão. ""Em terceiro, vêm os
cavalos de corrida."
(RBU)
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