Candidato a medalha em Pequim-08, nadador decepcionou na Olimpíada

Estrela do Pan-07, que ficou 6 semanas fora das piscinas por causa de fratura na mão, busca mostrar agora que continua entre melhores

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O nadador Thiago Pereira ficou seis semanas sem nadar, com a mão imobilizada, ainda sente dores e está longe de seus melhores tempos. Mas não parece incomodado com isso.
Nem mesmo com o desafio que está prestes a encarar. Depois de dois anos de extremos, o nadador tenta, nesta temporada, mostrar que continua entre os melhores do mundo.
Em 2007, Thiago foi a estrela do Pan do Rio. Virou celebridade, ganhou dinheiro e pressão por uma medalha olímpica.
A sonhada façanha, no entanto, não se concretizou no ano seguinte, e o nadador deixou a Olimpíada de Pequim insatisfeito com suas marcas.
Em julho, ele encara novo teste. Membro de uma equipe que agora conta com um campeão olímpico, disputará o Mundial de Roma, na Itália.
"Uma das minhas qualidades é conseguir esquecer rápido as coisas ruins", afirmou.
O percurso até Roma, no entanto, não está sendo tão simples. Thiago, 23, passou cerca de um mês com a mão esquerda imobilizada após fraturar um pequeno osso dela. Só voltou a nadar na semana passada.
Ontem, o atleta do Minas foi poupado da final dos 200 m peito no Troféu Maria Lenk.
De fora, viu Henrique Barbosa cravar 2min08s44 e se tornar o segundo mais rápido da história da prova, vencida por Thiago no torneio de 2008.
"Acho bom que ele veja mais rivais surgindo. Ele é muito competitivo, não vai querer ficar para trás", disse o técnico de Thiago, Fernando Vanzella.
Além de ter de voltar ao antigo ritmo de treinos e de competição, Thiago também precisa entrar em forma -ele engordou dois quilos enquanto estava com a mão imobilizada.
"É horrível ver todo mundo nadando e você não poder fazer o mesmo. Era angustiante porque, mesmo fazendo vários exercícios, eu não podia nadar de verdade", afirmou o atleta.
Thiago, no entanto, não acredita que a lesão vá prejudicar sua preparação para Roma.
"Estava treinando bem desde janeiro. Se eu tivesse tirado [a imobilização da mão] uma semana antes, acho que estaria nadando bem aqui."
Para Vanzella, os treinos foram até melhores do que os que antecederam o Maria Lenk em 2008. "Ele estava motivado."
E a preparação física estava mais animada. Neste ano, o nadador começou a jogar peteca. O objetivo é fazer com que ele exercite o corpo e a coordenação motora de forma solta.
"A natação é monótona, e a musculação, sempre a mesma. Jogando peteca, eu também posso brincar, coisa que não faço na água", disse o nadador.


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