São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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Rival usa Brasil para formar time

Uruguai encara duelo pela 2ª divisão da Copa Davis como chance de dar experiência a seus tenistas

Sem nenhum top 200 para pegar Bellucci e companhia a partir de hoje, em Bauru, capitão adversário afirma que vitória é algo distante

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A BAURU

O Brasil inicia nesta temporada sua caminhada para tentar retornar à elite da Copa Davis contra um adversário que não tem a mesma ambição. Pelo menos, não neste momento.
O Uruguai nunca esteve no Grupo Mundial da principal competição entre países do tênis. Em suas melhores campanhas, em 1990, 1992 e 1994, o país chegou à repescagem, vaga que disputa agora com o Brasil.
E os próprios integrantes da equipe afirmam que será difícil repetir a façanha agora.
"Para ser bem sincero comigo e com a equipe, as chances são poucas", afirmou o capitão do Uruguai, Enrique Perez.
Teoricamente, os uruguaios já seriam azarões contra o Brasil, seja pelo fato de jogarem como visitantes em Bauru (SP), seja por terem tenistas tecnicamente inferiores, como aponta o ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
O Uruguai ficou ainda mais fragilizado após seu melhor tenista, Pablo Cuevas (atual 57º do ranking mundial), abrir mão de jogar a competição.
Cuevas, único top 200 uruguaio, preferiu continuar jogando no circuito na Europa e disputar o Torneio de Estoril.
Assim, o número um do adversário será Martin Felder, apenas o 267º do mundo -o Brasil conta com oito tenistas mais bem posicionados.
E é Felder, que se diz preparado para substituir Cuevas, quem abre o torneio, às 10h, contra Marcos Daniel, 91º.
"Abrir o confronto é sempre um pouco mais complicado, mas isso acontece sempre nos primeiros momentos dos jogos", afirmou o brasileiro.
Na sequência, o disparate técnico fica ainda mais evidente. Thomaz Bellucci (26º) encara Cuevas, não Pablo, mas Martin, seu irmão mais novo e que ocupa o 853º lugar do ranking.
"Não o conheço bem", afirmou Bellucci sobre o adversário de hoje. "Faz uns três, quatro anos que treinei com ele. Vou ter que esperar o começo do jogo para identificar pontos fortes e deficiências dele."
No circuito, o encontro entre eles seria impossível. Enquanto Bellucci, 22, alcançou um nível em que postula uma vaga entre os cabeças de chave de um Grand Slam, Cuevas, 18, não conseguiu em 2010 passar da segunda rodada de um future, primeiro torneio de quem tenta o profissionalismo.
Por tudo isso, Perez, o capitão uruguaio, não esconde que seu maior objetivo em Bauru é trabalhar no processo de formação da equipe uruguaia.
"Apesar de experiente, Felder tem apenas 25 anos. Já Martin e Ariel Behar [20, escalado para duplas ao lado de Felder] ainda não passaram dos 20", afirmou o capitão uruguaio, que convocou apenas três jogadores, em vez dos quatro habituais. "Temos que somar experiência. Não é todo dia que temos a oportunidade de enfrentar o Brasil", declarou.
Técnico de Bellucci, João Zwetsch estreia no cargo de capitão do Brasil na Davis e reconhece o favoritismo da equipe.
"Temos que impor nossa qualidade e aproveitar nossa vantagem, o fato de jogar com a torcida a favor", disse Zwetsch. "É inegável que somos favoritos, mas sabemos que Copa Davis é sempre complicado."


NA TV - Brasil x Uruguai
Sportv 2, ao vivo, às 10h


Veja resultados da Copa Davis www.folha.com.br/esporte

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