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Rival usa Brasil para formar time
Uruguai encara duelo pela 2ª divisão da Copa Davis como chance de dar experiência a seus tenistas
Sem nenhum top 200 para pegar Bellucci e companhia a partir de hoje, em Bauru, capitão adversário afirma que vitória é algo distante
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A BAURU
O Brasil inicia nesta temporada sua caminhada para tentar
retornar à elite da Copa Davis
contra um adversário que não
tem a mesma ambição. Pelo
menos, não neste momento.
O Uruguai nunca esteve no
Grupo Mundial da principal
competição entre países do tênis. Em suas melhores campanhas, em 1990, 1992 e 1994, o
país chegou à repescagem, vaga
que disputa agora com o Brasil.
E os próprios integrantes da
equipe afirmam que será difícil
repetir a façanha agora.
"Para ser bem sincero comigo e com a equipe, as chances
são poucas", afirmou o capitão
do Uruguai, Enrique Perez.
Teoricamente, os uruguaios
já seriam azarões contra o Brasil, seja pelo fato de jogarem como visitantes em Bauru (SP),
seja por terem tenistas tecnicamente inferiores, como aponta
o ranking da ATP (Associação
dos Tenistas Profissionais).
O Uruguai ficou ainda mais
fragilizado após seu melhor tenista, Pablo Cuevas (atual 57º
do ranking mundial), abrir mão
de jogar a competição.
Cuevas, único top 200 uruguaio, preferiu continuar jogando no circuito na Europa e
disputar o Torneio de Estoril.
Assim, o número um do adversário será Martin Felder,
apenas o 267º do mundo -o
Brasil conta com oito tenistas
mais bem posicionados.
E é Felder, que se diz preparado para substituir Cuevas,
quem abre o torneio, às 10h,
contra Marcos Daniel, 91º.
"Abrir o confronto é sempre
um pouco mais complicado,
mas isso acontece sempre nos
primeiros momentos dos jogos", afirmou o brasileiro.
Na sequência, o disparate
técnico fica ainda mais evidente. Thomaz Bellucci (26º) encara Cuevas, não Pablo, mas Martin, seu irmão mais novo e que
ocupa o 853º lugar do ranking.
"Não o conheço bem", afirmou Bellucci sobre o adversário de hoje. "Faz uns três, quatro anos que treinei com ele.
Vou ter que esperar o começo
do jogo para identificar pontos
fortes e deficiências dele."
No circuito, o encontro entre
eles seria impossível. Enquanto
Bellucci, 22, alcançou um nível
em que postula uma vaga entre
os cabeças de chave de um
Grand Slam, Cuevas, 18, não
conseguiu em 2010 passar da
segunda rodada de um future,
primeiro torneio de quem tenta o profissionalismo.
Por tudo isso, Perez, o capitão uruguaio, não esconde que
seu maior objetivo em Bauru é
trabalhar no processo de formação da equipe uruguaia.
"Apesar de experiente, Felder tem apenas 25 anos. Já
Martin e Ariel Behar [20, escalado para duplas ao lado de Felder] ainda não passaram dos
20", afirmou o capitão uruguaio, que convocou apenas
três jogadores, em vez dos quatro habituais. "Temos que somar experiência. Não é todo dia
que temos a oportunidade de
enfrentar o Brasil", declarou.
Técnico de Bellucci, João
Zwetsch estreia no cargo de capitão do Brasil na Davis e reconhece o favoritismo da equipe.
"Temos que impor nossa
qualidade e aproveitar nossa
vantagem, o fato de jogar com a
torcida a favor", disse Zwetsch.
"É inegável que somos favoritos, mas sabemos que Copa Davis é sempre complicado."
NA TV - Brasil x Uruguai
Sportv 2, ao vivo, às 10h
Veja resultados da Copa Davis www.folha.com.br/esporte
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