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Último treino é mental, diz Parreira
Técnico diz considerar seleção preparada tática e fisicamente e admite estar ansioso para a estréia, contra a Croácia
"Faz bem ter um pouco de adrenalina; se come um pouco menos, se dorme um pouco menos, mas está tudo perfeitamente sob controle"
DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN
Uma semana antes da estréia
da seleção na Copa do Mundo,
o técnico Carlos Alberto Parreira disse que o time está
"pronto" para debutar no Mundial contra a Croácia, no dia 13,
em Berlim. Apesar de ter treinado os jogadores ontem em
dois períodos em Königstein,
falou que, a partir de agora, a
parte física interessa menos.
"Agora é a hora da verdade. O
trabalho é mais mental do que
qualquer outra coisa. Fora isso,
temos que dar um polimento
na parte física e na bola parada.
Estamos prontos e preparados", disse o treinador, que optou por uma preparação de
"faz-de-conta" antes da abertura da Copa do Mundo.
Desde o dia 22 de maio treinando o time na Europa, Parreira adotou estratégia contrária à da maioria das seleções favoritas ao título, que realizou
amistosos contra adversários
fortes nos últimos meses. A Espanha, por exemplo, enfrentará a Croácia, hoje, na Suíça.
Nas duas últimas semanas, a
seleção goleou fracos oponentes -venceu o Lucerna por 8 a
0, na semana passada, na Basiléia; e ganhou da Nova Zelândia
por 4 a 0, no domingo, em Genebra. Neste ano, fora os dois
amistosos na Suíça, a seleção
jogou numa temperatura de
17C negativos em Moscou e
venceu os russos por 1 a 0. A
equipe brasileira não tem nenhum outro amistoso agendado até a estréia no Mundial.
Embora tenha declarado que
o time está preparado, o técnico reconheceu ontem estar
"ansioso" para a estréia.
"Se eu dissesse que não, estaria mentindo. Isso faz parte.
Faz bem ter um pouco de adrenalina. Se come um pouco menos, se dorme um pouco menos, mas está tudo perfeitamente sob controle", disse ele,
que tem experiência de comandante do tetra, na Copa de 94.
Embora enfrente três países
de escolas diferentes -Croácia,
Austrália e Japão-, Parreira
disse que não pretende mudar
o estilo de jogo da equipe no
Mundial. "O Brasil entra sabendo como é o adversário,
mas sem mudar seu estilo, sua
maneira. O futebol para mim
nada mais é do que isso. Uma
equipe tentando impor seu estilo diante de outra. Quem conseguir leva vantagem. Se precisar, a gente tenta mudar alguma coisa de acordo com o rival.
Mas, a princípio, não", disse.
Parreira se mostrou cético
sobre o discurso da Fifa de
combater com rigor a violência
em campo. "A gente sempre
ouve esse papo, mas quero ver
pôr em prática", disse ele, que
crê que os sul-americanos serão os beneficiados caso o nível
da arbitragem seja bom.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO
PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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