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Portugal faz média com torcedores
Seleção desembarca na África e, no primeiro treino, já abre os portões
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MAGALIESBURGO
A seleção de Portugal desembarcou ontem, às 10h,
em Johannesburgo e, menos
de sete horas depois, já estava fazendo relações públicas.
Às 16h43, com 28 minutos
de atraso, a equipe apareceu
para o treinamento na escola
agrícola Bekker, em Magaliesburgo, cidade de 10 mil
habitantes a cerca de 70 quilômetros de Johannesburgo.
A prefeitura local distribuiu 1.600 ingressos para a
população, mas muito mais
gente tentou entrar na escola. Eram cerca de 5.000 pessoas em volta do campo.
Outras centenas escoltaram o ônibus da delegação
nos dez quilômetros que separaram a concentração da
escola. Após o treino de cerca
de 40 minutos, os atletas exibiram faixa de agradecimento à torcida -em inglês.
A prefeitura gastou 12 milhões de rands (cerca de R$ 3
milhões) em obras para receber a seleção de Portugal.
A maior parte foi usada na
reforma da escola, que tem
dois campos -onde o Brasil
treina há apenas um.
Cerca de 200 descendentes de portugueses vivem em
Magaliesburgo, a maioria
descendente de imigrantes
da Ilha da Madeira, onde
também nasceu Cristiano Ronaldo, estrela da seleção.
Mas a maioria não sabia
uma palavra de português e
se expressava soprando as
vuvuzelas. Havia ainda uma
boa quantidade de torcedores vindos de Portugal.
O camisa 9 do Real Madrid
(7 na seleção) teve o nome
gritado à exaustão. Depois,
foi a vez de Nani, Pepe, Liédson e Deco. Os três últimos,
brasileiros naturalizados.
Cristiano Ronaldo retribuiu. Não parou de sorrir e
acenar. E fez embaixadinhas
perto da arquibancada.
"A verdade é que não esperávamos", declarou o meia
Tiago, que defende o Atlético
de Madri. "Todo esse calor
humano é fantástico, nos dá
mais força", completou.
O jogador recusou comparações com a preparação do
Brasil em 2006, marcada por
festa semelhante. "Isso só
ajuda. As pessoas estão ao
nosso lado e sabemos o que
fazer." A partir de hoje, os
treinos deverão ser fechados.
Ao contrário do único treino aberto do Brasil, em que a
torcida em Soweto deixou o
estádio quando os jogadores
ainda estavam em campo, os
fãs de Portugal continuaram
gritando mesmo após a saída
do ônibus dos jogadores.
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