São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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ATLÉTICO-PR 1 X 1 SÃO PAULO

Longe dos olhos, primeiro duelo só aperta o coração

Em campo neutro, começo da primeira decisão nacional da Libertadores mostra equilíbrio e deixa são-paulinos e atleticanos sem vantagem para o jogo final, na quinta, no Morumbi

MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE

Em campo neutro, tudo igual.
A inédita final brasileira da Libertadores está empatada após 90 minutos. No Beira-Rio, com público considerável para um jogo de dois times de outros Estados, Atlético-PR e São Paulo ficaram no 1 a 1. Agora, quem vencer o jogo de volta no Morumbi, na próxima quinta-feira, conquistará o tão cobiçado título continental.
Se houver novo empate, o regulamento prevê prorrogação. Se esse persistir, a decisão será nos pênaltis. O São Paulo, que diferentemente do rival pode atuar na final em seu estádio, conta exatamente com seu alçapão, onde não perde desde 1987 pela competição internacional, para conquistar seu sonhado tri (venceu em 1992 e 93).
Já o Atlético-PR, que tenta título inédito, pela primeira vez não conseguiu vencer como mandante no mata-mata da Libertadores.
O vencedor do confronto ainda representará o continente no segundo Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, no Japão.
""Quero ver ganhar no campo", estampava um cartaz de torcedor atleticano na arquibancada do estádio do Inter, referindo-se ao fato de o São Paulo ter levado a melhor nos bastidores e não ter enfrentado o ""Furacão" na Kyocera Arena, que não comporta 40 mil pessoas como pede o regulamento da Libertadores para a decisão.
Com a bola rolando, o Atlético-PR começou mais atento, motivado pelo técnico Antônio Lopes e pelas palavras do atacante são-paulino Amoroso, que preconizara um ""Morumtri" antes da final.
Logo aos 15min, em saída de bola equivocada do São Paulo, Jancarlos cruzou para Aloísio marcar de cabeça. Fabão, aparentemente, escorregou no lance quando marcava o rival -com chuva, o campo estava muito escorregadio.
Pela primeira vez em um jogo de ida do mata-mata desta Libertadores, o time paulista saiu atrás no marcador. Só depois dos 20min é que a equipe de Paulo Autuori passou a criar chances.
Os dois times apostaram no esquema 3-5-2. Antônio Lopes, campeão da Libertadores em 1998 pelo Vasco, travou um duelo equilibrado com Paulo Autuori, campeão da Libertadores em 1997 pelo Cruzeiro -os dois tentam se igualar a Lula, Telê Santana e Luiz Felipe Scolari como técnicos brasileiros bicampeões do torneio.
A melhor chance são-paulina na primeira etapa veio em um escanteio em que a bola enganou Diego e tocou no travessão.
Para o segundo tempo, as duas equipes voltaram sem alterações.
O São Paulo, porém, manteve o apetite ofensivo com que terminara a etapa inicial. E chegou aos empate ainda aos 7min. Após cobrança de falta da direita, Diego espalmou, mas Durval tocou de cabeça contra o próprio gol -o São Paulo marcou em todos os jogos que fez na atual Libertadores.
A torcida são-paulina, que já cantava mais naquele momento do jogo no Beira-Rio, passou a empurrar ainda mais o seu time, que ameaçava especialmente nas subidas de Cicinho, que voltou após servir a seleção brasileira.
O Atlético-PR ficou mais acuado, explorando contra-ataques e fazendo seguidas faltas para segurar o adversário, que dominava -em alguns lances, os jogadores são-paulinos pediram pênaltis.
O jogo, que foi muito estudado no início, ficou mais aberto.
Antônio Lopes fez duas substituições, e Autuori preferiu manter o time que começou, não apostando em Souza, que se destacou contra o Tigres e o River Plate.
No final, o São Paulo pareceu mais satisfeito com a igualdade. Já conseguiu ao menos quebrar um tabu. Antes, tinha perdido todas as partidas finais de Libertadores fora de casa. Resta saber se, como em todas as outras finais de Libertadores que disputou, ganhará o jogo no tempo normal em casa. O campo, lotado, não será neutro.


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