|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLÉTICO-PR 1 X 1 SÃO PAULO
Longe dos olhos, primeiro duelo só aperta o coração
Em campo neutro, começo da primeira decisão nacional da Libertadores mostra equilíbrio e deixa são-paulinos e atleticanos sem vantagem para o jogo final, na quinta, no Morumbi
MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE
Em campo neutro, tudo igual.
A inédita final brasileira da Libertadores está empatada após 90
minutos. No Beira-Rio, com público considerável para um jogo
de dois times de outros Estados,
Atlético-PR e São Paulo ficaram
no 1 a 1. Agora, quem vencer o jogo de volta no Morumbi, na próxima quinta-feira, conquistará o
tão cobiçado título continental.
Se houver novo empate, o regulamento prevê prorrogação. Se esse persistir, a decisão será nos pênaltis. O São Paulo, que diferentemente do rival pode atuar na final
em seu estádio, conta exatamente
com seu alçapão, onde não perde
desde 1987 pela competição internacional, para conquistar seu sonhado tri (venceu em 1992 e 93).
Já o Atlético-PR, que tenta título
inédito, pela primeira vez não
conseguiu vencer como mandante no mata-mata da Libertadores.
O vencedor do confronto ainda
representará o continente no segundo Mundial de Clubes da Fifa,
em dezembro, no Japão.
""Quero ver ganhar no campo",
estampava um cartaz de torcedor
atleticano na arquibancada do estádio do Inter, referindo-se ao fato de o São Paulo ter levado a melhor nos bastidores e não ter enfrentado o ""Furacão" na Kyocera
Arena, que não comporta 40 mil
pessoas como pede o regulamento da Libertadores para a decisão.
Com a bola rolando, o Atlético-PR começou mais atento, motivado pelo técnico Antônio Lopes e
pelas palavras do atacante são-paulino Amoroso, que preconizara um ""Morumtri" antes da final.
Logo aos 15min, em saída de bola equivocada do São Paulo, Jancarlos cruzou para Aloísio marcar
de cabeça. Fabão, aparentemente,
escorregou no lance quando marcava o rival -com chuva, o campo estava muito escorregadio.
Pela primeira vez em um jogo
de ida do mata-mata desta Libertadores, o time paulista saiu atrás
no marcador. Só depois dos
20min é que a equipe de Paulo
Autuori passou a criar chances.
Os dois times apostaram no esquema 3-5-2. Antônio Lopes,
campeão da Libertadores em 1998
pelo Vasco, travou um duelo
equilibrado com Paulo Autuori,
campeão da Libertadores em 1997
pelo Cruzeiro -os dois tentam se
igualar a Lula, Telê Santana e Luiz
Felipe Scolari como técnicos brasileiros bicampeões do torneio.
A melhor chance são-paulina
na primeira etapa veio em um escanteio em que a bola enganou
Diego e tocou no travessão.
Para o segundo tempo, as duas
equipes voltaram sem alterações.
O São Paulo, porém, manteve o
apetite ofensivo com que terminara a etapa inicial. E chegou aos
empate ainda aos 7min. Após cobrança de falta da direita, Diego
espalmou, mas Durval tocou de
cabeça contra o próprio gol -o
São Paulo marcou em todos os jogos que fez na atual Libertadores.
A torcida são-paulina, que já
cantava mais naquele momento
do jogo no Beira-Rio, passou a
empurrar ainda mais o seu time,
que ameaçava especialmente nas
subidas de Cicinho, que voltou
após servir a seleção brasileira.
O Atlético-PR ficou mais acuado, explorando contra-ataques e
fazendo seguidas faltas para segurar o adversário, que dominava
-em alguns lances, os jogadores
são-paulinos pediram pênaltis.
O jogo, que foi muito estudado
no início, ficou mais aberto.
Antônio Lopes fez duas substituições, e Autuori preferiu manter
o time que começou, não apostando em Souza, que se destacou
contra o Tigres e o River Plate.
No final, o São Paulo pareceu
mais satisfeito com a igualdade. Já
conseguiu ao menos quebrar um
tabu. Antes, tinha perdido todas
as partidas finais de Libertadores
fora de casa. Resta saber se, como
em todas as outras finais de Libertadores que disputou, ganhará o
jogo no tempo normal em casa. O
campo, lotado, não será neutro.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Frases Índice
|