São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kaká não ficará no Milan em caso de rebaixamento

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

Em meio à maior crise do futebol italiano, o meia Kaká corre risco de deixar o Milan até o fim do mês. Se o clube for mesmo punido com o rebaixamento para a segunda divisão pela Justiça Desportiva italiana, o jogador estará livre para trocar de camisa. A liberação do atleta já está definida por uma cláusula contratual, que dá ao jogador o direito de rescindir o acordo em caso de rebaixamento.
Além de Kaká, os principais titulares -Dida e Cafu entre eles- terão o direito de deixar o clube. Pretendido pelo Real Madrid, Kaká já manifestou a intenção de trocar de clube, se o Milan for punido. Desde terça-feira, ele deixou Milão para aproveitar suas férias.
A crise no futebol italiano teve início quando veio a público a divulgação de conversas entre o ex-diretor-executivo da Juventus Luciano Moggi com o ex-juiz Pierluigi Pairetto, que escalava os trios de arbitragem no Campeonato Italiano.
Além da Juventus, dirigentes de Milan, Lazio e Fiorentina também estão envolvidos no escândalo. Segundo os promotores, eles tentaram influenciar no resultado das partidas.
Os principais dirigentes da Juventus e Franco Carrara, que comandava a federação local, já renunciaram. Os promotores pediram o rebaixamento dos quatro clubes. A Juventus deverá cair para a Série C ou divisões inferiores. Os outros ficariam na B. ""Será a maior perda da história do Milan. O Kaká tem uma vida útil de pelo menos mais dez anos. Se isso acontecer, não sei como vai ser a resposta da torcida aos dirigentes e às autoridades", disse Gian Valle, 32, que pagava 80 (cerca de R$ 200) por uma camisa do brasileiro ontem na loja do clube no centro de Milão.
Apesar de ter decepcionado no Mundial, Kaká é um dos jogadores mais valorizados no milionário futebol europeu. Pouco antes do início da Copa, o Milan renovou o seu contrato até 2011. Mesmo assim, o novo presidente do Real Madrid, Ramón Calderón, pretende contratá-lo. A ida do meia para o clube espanhol foi promessa de campanha do dirigente, que tomou posse nesta semana. Anteontem, ele voltou a rasgar elogios ao ex-são-paulino.
Nos próximos dias, Calderón deve começar a negociar com os dirigentes do Milan. A debandada dos clubes italianos envolvidos no escândalo já teve início. Fabio Capello, que era técnico da Juventus, apresentou-se ao Real Madrid. O volante Emerson, da seleção e da Juventus, também está cotado para seguir para Madri.


Texto Anterior: Para Blatter, Parreira é culpado
Próximo Texto: Protetor: Platini sai em defesa de ronaldos e alega cansaço dos dois para baixa produtividade na copa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.