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futebol de resultado
Dunga descarta a firula no mata-mata
Duelo contra o Chile, na Copa América da Venezuela, será o primeiro confronto eliminatório do treinador da seleção
Novato na carreira, técnico afirma que o que importa é qualidade e não considera que o Brasil esteja jogando mal no torneio continental
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ
Se tem uma coisa que você
não deve ver na estréia do Brasil no mata-mata da Copa América hoje, às 21h50, contra o
Chile, é firula. Segundo o técnico da seleção, Dunga, não há time vencedor com tal recurso.
""Nunca vi um time sem qualidade ser campeão, mas já vi
muitas vezes um time que faz
firula perder", falou o treinador, que fará seu primeiro jogo
eliminatório na profissão que
abraçou há menos de um ano.
Após 11 amistosos e três jogos
na fase de grupos da Copa América na Venezuela, Dunga admite um pouco de apreensão
com o caráter da partida.
""É um jogo decisivo, tem que
estar mais atento, muito ligado.
Os dois times jogam mais do
que na primeira fase. Claro que
o técnico fica mais apreensivo.
Mas o regulamento é assim.
Não tenho preferência por mata-mata ou ponto corrido", disse Dunga, que cita como exemplo mais Luiz Felipe Scolari,
expert em mata-mata, do que
Vanderlei Luxemburgo, adorador dos pontos corridos.
Após a vitória por 3 a 0 sobre
o mesmo Chile no segundo jogo
da equipe na Venezuela, Dunga
classificou o futebol de seu time como de ""competição".
Manteve ontem o discurso de
que não importa jogar bonito.
""Sempre vão cobrar que a seleção vença e que jogue bonito.
Isso foi com os treinadores passados e será com os próximos.
Mas futebol só tem uma verdade, a do campo. Trato daquilo
que é a realidade. Hoje, há muita marcação, pouco espaço, o
raciocínio precisa ser mais rápido", disse Dunga sobre a possibilidade de o time encantar.
Segundo ele, é possível um time conciliar jogo bonito com
eficiência. ""O ideal seria uma
mescla da seleção de 1982 [que
encantou na Copa, mas perdeu]
com a seleção de 1994 [que ganhou o tetra]. Mas essas seleções são passado. Não acho que
a seleção atual esteja atuando
mal. Estou satisfeito com o trabalho que está sendo feito."
Indagado se faltava alegria ao
time brasileiro, tirando Robinho, ele apontou várias formas
de alegria numa equipe de futebol. ""As pessoas vêem alegria só
no drible. Mas, para o zagueiro,
alegria é se antecipar. Para o
goleiro, é fazer uma defesa. Para o lateral, é fazer um cruzamento", respondeu.
Dunga se irritou com perguntas sobre a Argentina, que
se classificou com 100% de
aproveitamento e apresenta o
melhor futebol do torneio.
""A Argentina joga com três
volantes também. O Cambiasso
é volante, o Verón é volante.
Eles podem, nós não", disse ele,
sem citar Mascherano, que figura como primeiro volante e
que fez o gol da vitória de 1 a 0
sobre o Paraguai, anteontem.
Até pela comparação, Dunga
deve utilizar hoje novamente
três volantes em sua equipe:
Gilberto Silva, Mineiro e Josué.
Dos três, Mineiro é quem mais
tem a incumbência de chegar à
frente, como fazia no São Paulo. Os outros dois, diferentemente dos volantes argentinos,
pouco vão à frente -são basicamente marcadores.
TV - Brasil x Chile
Globo, Band, ESPN Brasil e Sportv,
ao vivo, às 21h50
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