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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
A lição celeste
O QUE se deve fazer para
enfrentar um time que adora trocar passes no ataque,
como a Holanda? Marcar é
o óbvio, e o Uruguai planejou isso de maneira cuidadosa, embora com um erro.
Mas o equívoco é tema para
os próximos parágrafos.
O que equilibrou a semifinal da Cidade do Cabo e fez
o Uruguai fazer uma partida histórica foi o toque de
bola. Perdendo por 1 a 0, a
Celeste tinha duas opções:
manter-se na defesa e dar
aos holandeses a bola, tudo
o que estes sonhavam, ou
sair para o jogo com passes
curtos. Não importava a
quantidade de chances de
gol a criar. Mais valia ter a
bola no pé pelo tempo necessário para tirar a Holanda de perto da área de Muslera. Equilibrar a partida.
Isso ocorreu após os
20min, quando o Uruguai já
perdia por 1 a 0, tiro de longe de Van Bronckhorst. O
gol saiu após 17 minutos de
trabalho holandês com posse de bola no setor ofensivo.
O gol aconteceu também
porque o Uruguai desprezou duas características da
Holanda. Esqueceu que
50% dos gols da Laranja
nasceram em tiros de fora
da área e desprezou o avanço de Van Bronckhorst. Cavani não o marcou, missão
atribuída a Diego Pérez, que
ajudava Arévalo na caça a
Sneijder. Sobrou espaço.
No segundo tempo, a Holanda escalou um armador
a mais no lugar de um volante -Van der Vaart na
vaga de De Zeeuw. Isso significava mais volume de jogo. Mais tempo no campo
uruguaio. A cada vez que
conseguia trocar passes
curtos, o Uruguai voltava a
equilibrar a partida.
A lição do Uruguai era essa. Tocando bola, dificultava para o rival, como o Brasil deveria ter feito no segundo tempo de sexta-feira.
A diferença é que o Uruguai
tem menos talento do que o
Brasil. E do que a Holanda,
do segundo gol com Sneijder. Aí, a semifinal mudou.
SEGREDO DE DURBAN
Schweinsteiger não se incomoda com marcação por
pressão. Mas é disso que a Espanha gosta. Se adiantar demais e Schweinsteiger tiver
tranquilidade, a Alemanha
pega a zaga da Fúria aberta.
ANTÍDOTO DA FÚRIA
A Fúria tem um time igual
ao que venceu os alemães na
Euro-08: David Silva pela direita, Xavi armando, Iniesta
pela esquerda. Mas havia só
um volante: Marcos Senna.
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