São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2010

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Amiga do peito

Com mais treinos e mais entrosada , Alemanha teve tempo maior de preparação e ainda conhece mais a polêmica bola Jabulani

DOS ENVIADOS A DURBAN

A sala de entrevistas na concentração alemã ostenta uma réplica da Jabulani de dois metros de diâmetro.
Longe de rejeitar a bola da Copa-2010, a seleção germânica a utiliza há mais tempo do que os rivais. É mais um aspecto da preparação da Alemanha para este Mundial, mais longa e detalhada do que a dos adversários.
No caso da Jabulani, a Adidas, fabricante da bola, é patrocinadora da seleção alemã e de vários clubes da Bundesliga, o Campeonato Alemão. O lançamento oficial dela foi em dezembro.
Resultado: atletas do time semifinalista vêm utilizando a bola em seu campeonato nacional por pelo menos seis meses -todos os jogadores da seleção alemã atuam na liga local. E a seleção também utilizou a Jabulani em seus amistosos pré-Copa.
A seleção brasileira só pegou a Jabulani pela primeira vez em maio, início da sua preparação ao Mundial. No jogo amistoso contra a Irlanda, utilizou uma bola Nike.
Houve até acusações durante a competição de que os alemães foram favorecidos.
A Adidas negou, afirmando que outros campeonatos também utilizaram as bolas. E lembrou ainda que 25 delas foram disponibilizadas para cada associação nacional, que podiam pedir mais.
Testes na Universidade de Tecnologia da Califórnia mostraram que, de fato, a Jabulani tem trajetória menos previsível do que outras bolas. Isso ocorre justamente porque sua superfície é mais lisa e macia, e seu formato, mais perfeitamente esférico.

PREPARAÇÃO MAIOR
"Jogamos mais com a bola, mas não é uma vantagem, porque você se adapta em duas semanas", minimizou Müller, que está suspenso hoje, durante o Mundial.
Mas os alemães também tiveram uma temporada mais longa de treinamentos do que outras seleções.
Explica-se: a Bundesliga terminou no início de maio, antes das outras porque tem apenas 18 equipes.
"Temos lidado por seis meses com esta Copa. Temos pensado melhor nos jogadores para implantar o sistema. Temos jogadores bem treinados. Foi bom ter o time disponível por seis semanas ou 45 dias", declarou o treinador alemão, Joachim Löw.
O Brasil teve em torno de 20 dias. Já a Argentina teve tempo similar, assim como os espanhóis, que tiveram de esperar o término de sua liga para compor a seleção.
Só não puderam se apresentar os jogadores do Bayern de Munique -são sete deles-, que disputavam a Copa dos Campeões.
"Isso nos atrapalhou um pouco, mas eles chegaram em ótima forma", explicou o treinador alemão.
Outra vantagem da Bundesliga para o time é que a maioria dos jogadores atua junta. Quatro times -Stuttgart, Bayern de Munique, Werder Bremen e Hamburgo- concentram 16 dos 23 jogadores da equipe nacional, o que facilita entrosamento.
A Alemanha é dona da bola, preparou-se por mais tempo e tem um time mais entrosado. "A composição que tenho é um encaixe perfeito", exaltou Löw.
(RODRIGO BUENO E RODRIGO MATTOS)


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