São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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Federação manda caso Cielo à Suíça

NATAÇÃO
Corte de Arbitragem do Esporte avaliará se advertência aplicada no Brasil ao atleta foi suficiente


DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O caso de doping de Cesar Cielo, 24, campeão olímpico dos 50 m livre e mundial dos 50 m e 100 m livre, irá à CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), mais alto tribunal do esporte mundial, na Suíça.
A decisão foi anunciada ontem pela Fina (Federação Internacional de Natação), que pediu urgência na análise do caso. A data, contudo, ainda não foi marcada.
A Fina decidiu apelar à CAS sem que seu painel antidoping apreciasse o caso.
Cielo e três nadadores que treinam com ele (Henrique Barbosa, Vinícius Waked e Nicholas Santos) foram advertidos pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) por terem sido flagrados com furosemida, um diurético, em exames em maio, no Troféu Maria Lenk.
A apelação da Fina, que não se satisfez com a decisão da CBDA, não tem efeito suspensivo. Assim, Cielo poderá nadar no Mundial, a partir do dia 24, em Xangai. Se o julgamento ocorrer após o fim da competição e o nadador for suspenso pela CAS, seus resultados serão anulados.
Nicholas e Barbosa perderam a vaga na seleção brasileira que irá à China.
"A Fina se esforçará para obter uma decisão no menor tempo possível. E proporá a tramitação acelerada, observando que isso depende de acordos entre as partes", disse a federação, em nota.
"Será o painel da CAS que emitirá uma decisão, conforme as regras de controle de doping da federação internacional", continuou o texto.
Apesar do pedido da Fina para que a CAS acelere o processo, é pouco provável que o julgamento de Cielo ocorra em um prazo de só 18 dias, até o Mundial de Xangai.
Segundo o advogado Luciano Hostins, especialista em questões envolvendo doping, um processo normal do CAS leva em média oito meses para ser concluído.
"A Fina fez pedido de um processo rápido. É impossível precisar o quão mais rápido seria esse processo em relação ao normal, mas é bem difícil que esse julgamento ocorra antes do Mundial", disse o advogado, que trabalhou com a saltadora Maurren Maggi em 2003.
Após a decisão da Fina, a CBDA se pronunciou por meio de nota. "Os fundamentos da apelação permanecem desconhecidos", afirmou a confederação brasileira.
"Confia a CBDA que a decisão do painel de doping, formado por profissionais com extrema experiência e presidido pelo doutor Eduardo de Rose, será mantida."
De Rose, presidente do painel da CBDA que analisou o caso, disse que a manifestação da Fina já era esperada.
"A Fina aceitou a advertência, porque ela poderia mudar em seu próprio painel antidoping. Está estritamente dentro das normas do antidoping", disse o médico.

Colaborou MARIANA BASTOS, de São Paulo

Com as agências de notícias


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