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Fora do eixo
Nordestinos dominam decisão da Libertadores
Juntos, Inter e São Paulo contam com 17 atletas da região para disputar a final
No Brasileiro, time paulista empata com Botafogo e segue na liderança; equipe
gaúcha perde do Santos e cai de segundo para quinto
PAULO COBOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
É um novo tira-teima entre
um time do Sudeste e outro do
Sul. Mas é o sotaque nordestino
que dá o tom na final da Libertadores entre os gaúchos do Inter e os paulistas do São Paulo,
que começa nesta quarta-feira.
Nenhuma região do país forneceu tantos jogadores nas
campanhas dos finalistas. Juntos, os dois times usaram 45 jogadores na competição continental. O Nordeste responde
por 17 deles, mais de um terço.
O Sudeste, 15, e o Sul, 9.
Pelo Brasileiro, ontem, os
dois clubes usaram times reservas e pagaram o preço de estar
na Libertadores: o São Paulo
empatou com o Botafogo, e o
Inter perdeu para o Santos.
Nas últimas rodadas, sem os
titulares, o São Paulo fez 4 de 9
pontos disputados, mas segue
líder. O Inter obteve só dois e
caiu de segundo para quinto.
Longe do Nacional, os times
principais treinaram. E o do
São Paulo conta com nada menos que dez jogadores do Nordeste, quatro deles titulares,
como o alagoano Souza. "Temos a alegria e a garra de jogar
dentro de campo", afirma.
No Inter, sete são da região.
"É comum ver gente do Nordeste se destacar. Aqui no São
Paulo temos uma turma boa",
diz o baiano Júnior, para quem
só o frio atrapalha. No Morumbi, nesta quarta, e principalmente no Beira-Rio, em Porto
Alegre, na próxima, o termômetro não deve ajudar.
"Você pode sentir um pouco
a adaptação no início, mas em
campo o que manda é a linguagem da bola", ressalva Josué.
Hoje em clubes de ponta, os
nordestinos dos finalistas começaram em sua região. O Ferroviário (CE) já teve o maranhense Clemer, o cearense Iarley e o potiguar Mossoró, do Inter. "Com a situação do país,
quando chega a um time grande, ele [nordestino] sabe que
pode ser a única chance da vida", explica Mossoró.
A dupla Ba-Vi, por exemplo,
hoje na Série C, revelou mais titulares dos finalistas do que os
clubes que decidirão a Libertadores. Jorge Wagner e Fabão
saíram do Bahia. Já o Vitória foi
a primeira casa de Júnior.
Clubes de cidades menores
também têm vez nos melhores
times do Brasil neste momento. Josué começou no modesto
Porto de Caruaru, de Pernambuco. Iarley, no Quixadá.
"Fico muito feliz por temos
mais oportunidades. Sempre
fomos discriminados", conta
Iarley, que ontem fez o gol do
Inter na derrota para o Santos.
Colaborou
MARIANA CAMPOS,
da Agência Folha, em Santos
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