São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Policial de Brasília faz 'luta da vida' em evento do UFC no Rio

DIANA BRITO
DO RIO

Há seis anos no Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar de Brasília, o soldado Paulo Thiago Alencar Antunes intercala sua rotina de operações especiais com treinos de MMA três vezes ao dia.
Com 84 kg, 1,80 m e um cartel de 13 vitórias e três derrotas, o brasiliense se prepara para a luta de sua carreira na primeira edição do UFC (Ultimate Fighting Championship) no Brasil.
No próximo dia 27, Antunes enfrentará o norte-americano David Mitchell na categoria dos meio-médios.
Em sua estreia no UFC 95, em fevereiro de 2009, o policial teve a trajetória marcada por uma vitória de virada ao nocautear o norte-americano Josh Koscheck. Praticante de lutas desde os cinco anos de idade, Antunes é faixa preta em jiu-jítsu, tem experiência de boxe e treina muay thai.
"É um mix de artes marciais. Por isso, a gente está preparado para qualquer situação", explicou Antunes.
O lutador também disse contar com o apoio do comando do Bope para cumprir os horários de treino. Há dois meses, ele trabalha só no turno da noite, como instrutor do curso de combate corpo a corpo de operações especiais, para treinar três vezes ao dia.
Para o soldado, a luta e o trabalho policial estão alinhados um ao outro e ajudam em sua preparação física e mental. "Tanto o Bope como a luta me ajudam a ter uma certa tranquilidade nos momentos de maior estresse, de maior perigo, o que me faz raciocinar melhor", afirma.
Antunes diz que já recorreu a suas habilidades em operações. "Já usei golpes de imobilização, mas nunca foi preciso aplicar um golpe contundente para causar trauma ou um impacto na pessoa."
Único policial a participar do UFC Rio, ele garante que a corporação está bem representada. Afirma que nas últimas semanas assistiu a vídeos de Mitchell e tem estudado estratégias. O americano tem 11 vitórias e uma derrota.
"No UFC, só tem lutadores de alto nível. É a F-1 da luta. É como se eu tivesse me classificado para jogar na seleção brasileira. Vou treinar e esperar como se fosse a luta mais difícil da minha vida."
Antunes declarou também que quer implantar um projeto social com jovens em Brasília após o campeonato.
"Às vezes, na periferia, as crianças associam a polícia a um inimigo. Hoje, eu sou um ídolo e sou um policial, então quero usar isso para mudar a visão que essas crianças têm da polícia."


Texto Anterior: Elite da tropa
Próximo Texto: Saiba mais: Modalidade vira sigla e ganha regras e modos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.