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Fifa pode excluir até duas sedes da Copa-14
Atrasos e capacidade financeira devem reduzir a dez as cidades no Mundial
Insatisfeitos com projetos e descrentes quanto ao financiamento, executivos da entidade e organizadores já estudam a mudança
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Copa de 2014 corre risco de
encolher. Executivos da Fifa e
do COL (Comitê Organizador
Local) podem eliminar até duas
cidades antes do fim do ano, reduzindo o total de sedes a dez.
O atraso no cumprimento
dos prazos exigidos pela Fifa e a
desconfiança dos estrangeiros
com a saúde financeira dos Estados para bancar as obras são
os principais pontos de descontentamento da entidade.
Nenhum dos nove governos
estaduais lançou o edital de licitação das obras das arenas do
Mundial até a última segunda,
como estabeleceu o COL.
Por terem estádios privados,
São Paulo, Curitiba e Porto Alegre estão livres da exigência.
Na sexta-feira, os projetos
dos estádios teriam que ser
apresentados ao COL. Os documentos foram entregues, mas
ainda não foram examinados.
Se considerados insatisfatórios, os projetos podem ser excluídos. As cidades não seriam
substituídas e se chegaria a um
total anteriormente previsto
pela Fifa (que as aumentou para 12 após pressão da CBF).
O número é o mesmo da Copa do Mundo da Alemanha, em
2006. Já na África do Sul, local
do próximo Mundial, dez cidades abrigarão jogos.
Por causa da série de atrasos,
o COL teme um vexame em 28
de fevereiro, data estabelecida
para o início das obras nos estádios que vão abrigar o torneio.
A preocupação é com a capacidade financeira de execução
das obras de algumas cidades
menores. Cuiabá, por exemplo,
já mudou o projeto duas vezes
em menos de seis meses.
Estádios como os de Natal,
Recife e Manaus, que foram
apresentados apenas em maquetes, também deixam os organizadores temerosos.
Sem conseguir atrair parceiro privado, o governo do Amazonas já anunciou que bancará
sozinho a pesada obra do novo
Vivaldão, que terá capacidade
para 47 mil pessoas e já foi orçada em R$ 400 milhões.
Os executivos da Fifa também não gostaram de alguns
projetos. Pelo menos duas cidades pretendem construir ""puxadinhos" em seus estádios para abrigar os jogos da Copa.
Salvador e Cuiabá apresentaram no mês passado seus projetos com parte da arquibancada
sendo desmontada após a realização do campeonato. Os projetos não foram vetados na hora, mas dificilmente deverão
emplacar. Nenhum estádio
adotou estrutura semelhante
nos últimos Mundiais.
Para tentar receber jogos das
semifinais da competição, o estádio da Fonte Nova, em Salvador, projetado para 50 mil torcedores, teria um novo setor de
arquibancada de estrutura móvel para chegar à capacidade de
60 mil espectadores. Custará
cerca de R$ 500 milhões.
Já em Cuiabá, o Verdão terá
parte da arquibancada erguida
""em estrutura desmontável".
Segundo o arquiteto Sérgio
Coelho, a estrutura, que existe
em competições de futebol de
praia organizadas pela Fifa, seria aparafusada no concreto e
depois retirada do estádio.
Pelo projeto, o Verdão ficaria
com uma capacidade para cerca de 40 mil pessoas durante a
competição internacional que
seria reduzida após o evento
para cerca de 30 mil.
A explicação para encolher o
Verdão é que o futebol local não
tem capacidade para atrair tantos torcedores. O orçamento é
de R$ 440 milhões.
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