São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Interior protagoniza Nacional

Favorito no torneio de basquete, que começa hoje, Ourinhos, reforçado, tem o elenco mais caro

Catanduva, Americana e Sport, que representou Presidente Prudente no Paulista, também surgem com força no campeonato


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo após perder a hegemonia no último Paulista feminino de basquete, a equipe do Ourinhos é favorita absoluta para a conquista de mais um título do Nacional, que começa hoje, com quatro partidas.
Não bastasse contar com o elenco mais caro do país -o valor do investimento é mantido sob sigilo-, o Ourinhos ainda trouxe dois reforços de peso para a disputa da competição: as pivôs Êga e Mamá.
Além delas, o time conta com mais três jogadoras que defenderam a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim, há dois meses: as alas Micaela, Chuca e Karen.
"Temos consciência de que, pela equipe que temos, somos favoritos. Mas isso é teoria. Temos que mostrar na prática essa superioridade, já que vamos encarar outros times que têm evoluindo", analisa o técnico Urubatan Lopes Paccini, 59, que era assistente na equipe desde 2005 e assumiu o grupo após o fiasco no Paulista.
""Claro, quem está nesta vida, sempre sonha com uma oportunidade dessas, de dirigir uma equipe como o Ourinhos", reconhece o treinador.
O maior empecilho para que seu time conquiste o pentacampeonato nacional vem de outras cidades do interior.
O Catanduva, atual campeão paulista e principal adversário do Ourinhos nos últimos anos, perdeu duas jogadoras-chave na conquista do Estadual: as armadoras Karla e Natália.
Sem elas, até o técnico Edson Ferreto admite que a equipe se enfraqueceu.
"Não há ninguém disponível no mercado para suprir essas ausências. Temos uma boa equipe para competir. Mas não vai ser fácil ficar entre os quatro", afirma o treinador, conhecido por fazer previsões mais pessimistas do que os resultados de suas equipes na quadra.
""Somos os campeões paulistas, porém é inegável que o favorito ao título do Nacional é o Ourinhos", analisa o técnico.
Outro time capaz de surpreender é Americana. O grupo terá dois nomes que brilharam nos anos 90. A técnica será a ex-armadora Branca, medalha de prata pela seleção nos Jogos de Atlanta-96.
Em quadra, o grupo terá a experiente Adriana Santos, 37, dona de duas medalhas olímpicas defendendo o Brasil. A ala volta a atuar no país após sete temporadas na Europa.
"Quero chegar à decisão e conquistar o título para a cidade", explica a jogadora, que em sua carreira nunca conquistou o título do Nacional.
Outros reforços que foram para Americana, última equipe a destronar o Ourinhos no Brasileiro, em 2003, foram a armadora Karla, titular da seleção nos Jogos de Pequim, e a pivô Carina, ex-Ourinhos.
Fora de São Paulo e com uma base montada, o Sport Recife é outro clube que pode complicar, especialmente em seu ginásio. O time disputou o último Paulista por Presidente Prudente e atingiu as semifinais, perdendo um lugar na decisão para o Catanduva, que acabou campeão do torneio.
"O objetivo é de novo chegar entre os finalistas, como já tem acontecido", diz o técnico Roberto Dornellas, cujo clube esteve entre os quatro primeiros colocados em quatro das cinco vezes em que jogou o Nacional.
Em um patamar abaixo estão os times do ABC. O mais estruturado é o São Bernardo, que conta com a ala Lílian, cestinha do último Paulista. Mas a equipe perdeu a pivô Flávia Luiza, com passagens pela seleção adulta, que foi para a Espanha.
Mesmo reforçados por algumas jogadoras do adulto, Mangueira (RJ) e Florianópolis (SC) devem ser apenas figurantes na competição.


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