DE SÃO PAULO

Luiz Felipe Scolari tem celebrado a boa fase do time, que não perde há quatro partidas. Mas ele hoje não poderá sentar-se no banco de reservas para acompanhar o Palmeiras contra o Avaí, pelo Campeonato Brasileiro -recebeu suspensão de dois jogos após expulsão no clássico contra o São Paulo.
E manda um recado: os atacantes precisam melhorar a precisão nos chutes a gol.
Desde que chegou ao clube, há pouco mais de dois meses, Scolari, em pessoa, tem treinado finalizações a gol exaustivamente. Em um deles, na semana passada, a Folha contabilizou: de 145 chutes livres, os jogadores fizeram apenas 41 gols -um aproveitamento 28,2%.
Apesar do bom momento da equipe, o ataque ainda pena. Marcou apenas 31 gols em 27 jogos (média de 1,14). De acordo com o Datafolha, o Palmeiras é apenas o 16º time que mais chuta no gol. E, no ranking da pontaria, amarga a 15ª colocação.
"É uma deficiência não só nossa mas também do futebol brasileiro e de seus gramados ruins, que não permitem chutes de qualquer distância. Em outros países, onde o gramado é melhor, arrisca-se mais finalizações a gol, pois não há a vergonha de errar", declarou Scolari.
Ex-treinador da seleção de Portugal, Scolari, que não esconde a preferência por atacantes que também saibam marcar, usou Cristiano Ronaldo como exemplo.
"Ele aprendeu que precisava marcar os adversários. Ele conseguiu se adaptar por querer crescer, evoluir."
No banco de reservas hoje estará Flávio Murtosa, seu eterno braço direito. "Fico tranquilo, pois confio plenamente nele e sei que ele é mais calmo. Ele tem os mesmos procedimentos de organização tática que eu", disse.
Para Scolari, o Palmeiras, que ocupa hoje a nona colocação, não deve sonhar com uma vaga na Libertadores. "Há muitos times na nossa frente, teríamos que torcer por tropeços. O G3 é algo muito distante para nós", afirmou o treinador.
A partida de hoje celebra a volta do Palmeiras ao Pacaembu, onde não vence há quatro partidas. "De vez em quando parece que tem alguma coisa que não nos dá a oportunidade de ganhar lá", disse. (LR)


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