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Jornada dupla
Brasil supera Alemanha e pressão da torcida, avança à semifinal do Mundial de vôlei e se prepara para batalha contra os italianos, no sábado
MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA
"Vamos nos preparar muito, porque esse jogo vai ser
uma verdadeira batalha." O
técnico da Itália, Andrea
Anastasi, já deu o tom do que
representará a semifinal do
Mundial de vôlei entre Brasil
e sua equipe, no sábado.
Ontem, as duas seleções
confirmaram o favoritismo e
venceram seus respectivos
confrontos, em Roma.
A seleção brasileira obteve
primeiro a classificação para
a semifinal, após atropelar a
Alemanha por 3 sets a 0
(25/17, 25/20 e 25/19).
Quatro horas mais tarde,
no mesmo ginásio em Roma,
o Palallotomatica, foi a vez
de os anfitriões do torneio baterem a França por 3 sets a 1
(25/18, 25/20, 25/27 e 25/19) e
confirmarem a classificação
para a semifinal.
Será o duelo entre a seleção que dominou o vôlei
mundial na década de 1990
contra aquela que é hegemônica nos anos 2000.
Desde a controversa derrota do Brasil para a Bulgária
no último sábado, atletas italianos e brasileiros vêm trocando farpas no torneio.
Os mediterrâneos acusaram a seleção de entregar o
jogo para os búlgaros.
O time de Bernardinho entrou em quadra com reservas
e ainda poupou o levantador
Bruno. Com o suplente Marlon doente, usou Théo improvisado na posição.
Os jogadores brasileiros
retrucaram, afirmando que o
formato da competição fora
concebido para beneficiar os
anfitriões do Mundial. A rivalidade se incendiou.
Ontem, quando os brasileiros entraram em quadra,
depararam-se com uma bandeira pendurada ao pé da arquibancada que dizia, em
italiano: "Ancona, 2-10-10, o
dia da vergonha".
Era referência explícita à
cidade e à data em que o Brasil praticamente entregou o
jogo para os búlgaros para
enfrentar na terceira fase um
grupo teoricamente mais fraco -teve como rivais a República Tcheca e a Alemanha-,
além de evitar Cuba.
"O que importa é o que vai
acontecer no dia 10 do 10 de
2010", provocou Dante, referindo-se ao domingo, data da
final do Mundial.
Ainda antes do resultado
do confronto entre Itália e
França, o ponta brasileiro já
sinalizava o desejo da seleção. "Todos nós queremos
pegar a Itália na semifinal."
A essa altura, a vitória contundente sobre a Alemanha,
descrita por Bernardinho como "taticamente perfeita", já
era passado.
Mais tarde, a Itália entrou
em quadra incentivada por
um ginásio lotado, com um
público superior a 11 mil pessoas, o triplo do que compareceu para ver a vitória do
Brasil sobre a Alemanha.
A França ainda tentou endurecer a partida em alguns
momentos. Venceu o terceiro
set, adiando uma vitória italiana que parecia certa. Mas,
no quarto e derradeiro set,
não suportou a pressão da
torcida e a atuação destacada dos ponteiros Simone Parodi e Cristian Savani.
O primeiro foi o maior pontuador, com 18 pontos, e o segundo marcou 16. Festa italiana no ginásio, com direito
à música "Volare".
Se na entrevista coletiva
após a partida o técnico italiano anunciou a batalha,
Bruno foi ainda além. Nas
palavras do levantador brasileiro, será uma guerra.
"Somos guerreiros e vamos até a final", afirmou o levantador. "Eles vão tentar de
tudo para nos vencer. Somos
os grandes rivais deles."
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