São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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Ônus deve ser dos governos, diz Paes

2014
Prefeito do Rio defende que Estados, municípios e União banquem os bilhetes com desconto no Mundial

RODRIGO RÖTZSCH

DO RIO

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, defendeu que Estados, municípios e União arquem com os custos de meias-entradas e gratuidades na Copa-14 para manter o benefício sem ferir os compromissos assumidos com a Fifa.
A tese foi defendida na abertura de um seminário com representantes das 12 cidades-sedes do Mundial sobre adaptações das legislações estaduais e municipais aos requerimentos da entidade máxima do futebol, no Palácio da Cidade, no Rio.
A manutenção de meias-entradas para idosos e estudantes é uma das principais discordâncias entre o governo brasileiro e a Fifa e foi tema de uma conversa nesta semana em Bruxelas, na Bélgica, entre a presidente Dilma Rousseff e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.
"A lei de meia-entrada é uma conquista da sociedade brasileira que tem de ser mantida. Agora, chegou na Copa do Mundo, se quiser financiar uma meia-entrada, acho que o Estado e o município devem pagar por isso", declarou o prefeito do Rio.
Paes afirmou que, nos últimos anos, o Brasil se destacou por cumprir seus contratos e que isso deve continuar em relação à Copa do Mundo e à Olimpíada de 2016.
"Nós assinamos contratos com a Fifa e com o Comitê Olímpico Internacional. Isso não significa que não se possa debater, que não se possa discutir, mas cumprir os contratos é fundamental para um evento dessa dimensão."
O prefeito afirmou que essa posição "não significa subordinação a delírios" e que "tudo o que foi colocado [pela Fifa] me parece absolutamente compreensível".
Paes citou como exemplo da não subordinação o pedido que acaba de fazer ao COI de alterar a localização do centro de mídia da Olimpíada para o Riocentro, em detrimento de uma nova edificação de 120 mil metros quadrados próximo ao centro de convenções já existente.
"Nós falamos que íamos fazer em tal lugar. Mas tem uma alternativa, melhor, mais barata, que economiza dinheiro público. Em todas as oportunidades que eu tive de trazer alguma coisa ao COI e mostrar a racionalidade daquela mudança, o COI aceitou", declarou o prefeito.
Apesar de o governo brasileiro ter gerado atrito com a Fifa ao propor ao Congresso uma Lei Geral da Copa que não se adequava a todos os compromissos acertados com a entidade, Paes evitou críticas a Dilma Rousseff.
"Dialogando, tudo se resolve. O interesse do país tem que estar sempre na frente. Mas ter um grande evento, ter a Copa do Mundo, ter a Olimpíada bem realizada, há algo de mais interesse da cidade, do Estado e do país que isso?", indagou o prefeito.


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