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EM NOME DO PAI
"Se um jogador está bem espiritualmente, ele não erra um pênalti"
Padre Marcelo dá a preleção
DA REPORTAGEM LOCAL
"Que Deus abençoe o Corinthians. E a Portuguesa."
Para não ser politicamente
(ou religiosamente) incorreto, o
padre Marcelo Rossi defendeu
todos os times em sua visita ontem ao treino do Corinthians no
Parque São Jorge. "Que Deus
abençoe o Palmeiras", chegou a
dizer o padre, ex-são-paulino
que, aos dez anos, foi convertido
ao corintianismo pelo pai.
"A espiritualidade é muito importante para o atleta. Se ele vai
bater um pênalti e está bem espiritualmente, não vai errar.
Quem tem fé tem índice maior
de acerto", disse o padre, que
reuniu os atletas e a comissão
técnica no centro do gramado e
comandou uma oração coletiva
-todos com as mãos erguidas.
A visita foi um presente para o
pai, Antonio Rossi. "Ele vem me
pedindo há muito tempo para
trazê-lo ao Corinthians. Amanhã [hoje], vou com ele ao jogo
na Gaviões da Fiel. Quero, depois, passar uma mensagem de
paz no estádio", disse o padre-cantor, que, assim como o seu
pai, diz torcer para o Palmeiras
não cair para a segunda divisão.
"Minha família é quase toda
de italianos, palmeirenses. E é
bom ver o Corinthians jogar
contra os times grandes", disse.
Já os jogadores do Corinthians, sem piedade do Palmeiras, receberam o padre como se fosse uma vitória sobre o rival.
"O padre poderia ajudar o
Palmeiras, mas ele é corintiano
e deu a mão para a gente", disse
Vampeta, cujo apelido é mistura de vampiro com capeta. Rossi
teria perdoado o apelido maligno. "Ele disse que eu tenho um
espírito bom. Não faço mal a
ninguém. Meus pecados são os
mesmos de todo mundo", afirmou o volante.
(LR E RBU)
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