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AÇÃO
Esquentando as pranchas
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Em novembro do ano passado, o pernambucano Carlos
Burle entrou para a história do
surfe mundial ao descer uma das
maiores ondas, se não a maior. A
conquista, feita em parceria com
o conterrâneo Eraldo Gueiros,
surfista e piloto do jet-ski que rebocou Burle para a onda, valeu à
dupla o prêmio XXL de 2001 de
US$ 50 mil mais um carro, oferecidos pelo site norte-americano
www.swell.com.
A temporada de ondas grandes
mal teve início no hemisfério
Norte, mas fortes ondulações já
alcançaram as ilhas havaianas e
a costa da Califórnia, nos EUA.
Ondas entre 15 e 35 pés esquentaram as pranchas dos big riders de
plantão em Jaws, Sunset, Mavericks e Cortes, aumentando a expectativa dos que gostam e acompanham o esporte.
Contribui para isso o anúncio
nesta semana da parceria entre a
Billabong Odyssey, uma expedição em busca das maiores ondulações do planeta, e o XXL, que
visa premiar o surfista que pegar
a maior onda até março de 2003.
O prêmio unificado ficou em US$
60 mil, e ondas com mais de 60
pés merecerão US$ 1.000 para cada pé excedente.
Mas o mais estimulante, e ao
mesmo tempo aterrorizante, é o
prêmio de US$ 250 mil oferecido
para o surfista que estiver na hora e no lugar certos para pegar
uma onda de 100 pés, algo que
muita gente duvida ser possível
com os equipamentos atuais. O
desafio é insano, mas não faltam
candidatos, tanto que a organização ajustou o formato do projeto para atender aos inúmeros
profissionais interessados.
Na contramão dos estímulos
veio o anúncio da Quiksilver de
cancelar neste ano o "Men Who
Ride Mountains", campeonato
para convidados realizado em
Mavericks, 16 quilômetros ao sul
de São Francisco, nos EUA. Segundo a empresa, a decisão foi estratégica e ocorreu para que ela
pudesse se dedicar ao Eddie Aikau, outra prova no mesmo formato (neste ano, Burle e Rodrigo
Resende estão na lista de convidados), que acontece desde 1986
em Waimea, Havaí.
O cancelamento da prova californiana deixou muita gente
frustrada, em especial o pioneiro
surfista de Mavericks e organizador do torneio Jeff Clark. Em nota
divulgada, ele disse que a decisão
foi exclusivamente da confecção e
que a ele restava lamentar. E terminava especulando que o real
motivo do cancelamento eram as
recém-criadas competições de
tow-in, o surfe com auxílio de jet-ski, ofuscarem o pioneiro campeonato havaiano.
Ardoroso defensor do tow-in,
Clark se defende dizendo que o
recurso deu nova dimensão ao
surfe. E costuma dizer aos puristas que consideram a modalidade poluente e agressora à vida
marinha que os hipócritas que reclamam provavelmente passeiam
de barco, não regulam o motor
do carro e não reciclam o lixo.
O assunto, que no início das últimas temporadas tem vindo à
tona, é tão atual e borbulhante
que até mesmo o conservador
"The New York Times" concedeu
duas páginas com argumentos e
espinafrações de ambos os lados.
Seja como for, com a chegada
do inverno, entram em cena surfistas e seus jet-skis e, mais cedo
do que tarde, esses americanos
que fazem tudo por uma nova legislação, tecerão um estatuto do
tow-in, que deverá limitar o esporte a ondas com mais de 18 pés
e a praias afastadas.
Skate no Corinthians
A última etapa do Mundial será disputada neste fim de semana em
São Paulo. Na modalidade "street", o brasileiro Rodil Ferrugem,
segundo colocado no ranking, pode chegar ao título. No vertical,
Mineirinho está na quarta colocação.
SuperSurf
Começou ontem na Prainha, no Rio de Janeiro, a última etapa do
circuito, com 20 atletas na luta pelo título brasileiro.
Surfe na TV
Volta hoje ao ar na Sportv o Circuito Mundial de 2002, WCT. O
programa de estréia apresenta a prova da Gold Coast (Austrália).
EMA Series
A terceira e decisiva etapa do circuito de corrida de aventura, que
seria realizada entre os dias 15 e 17 em Cananéia (SP), foi adiada.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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