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FUTEBOL AMERICANO
Segundo estudo, choque de elmos causa 61% das concussões
Liga dos EUA descobre que capacete faz mal à cabeça
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O que era para proteger os jogadores de futebol americano virou
ameaça. Um estudo patrocinado
pela NFL, a liga profissional norte-americana, mostra que um tipo de acidente cada vez mais comum no esporte, a concussão, é
causado justamente pelo acessório de proteção que deveria minimizar seus riscos: o capacete.
A pesquisa foi feita com base na
análise de 174 jogos de futebol
americano da NFL da temporadas de 1996 até a de 2001.
Com o auxílio de bonecos, semelhantes aos utilizados em testes de colisões automobilísticas,
os pesquisadores simularam o
impacto de uma batida entre capacetes e suas consequências.
Divulgado recentemente pela
NFL, o estudo mostrou que 61%
dos casos de concussão (choque
violento na cabeça que pode causar desde leve tontura até a perda
temporária de memória e que,
conforme a gravidade, afasta o jogador do esporte por até várias semanas) ocorrem quando há um
forte choque entre capacetes.
O problema é que o uso do acessório protetor potencializa o choque e resulta na concussão.
O que seria uma colisão normal
de cabeça contra cabeça sem
grandes sequelas vira um transtorno para a vítima do impacto
devido ao uso do capacete.
A colisão entre elmos é tão forte,
segundo o estudo, que o atingido
sente o peso no local do impacto
equivalente a quase 450 kg.
O resultado do estudo pode até
mesmo provocar uma revolução
no design dos capacetes para os
jogadores nos próximos anos.
Por hora, a Riddell, principal fabricante de capacetes para futebol
americano e fornecedora oficial
de todos os times da NFL, já lançou um modelo que visa diminuir
os riscos de concussão.
Batizado de Revolution, o novo
capacete -que já é comercializado pela empresa- traz algumas
inovações, que, segundo o fabricante, seriam capazes de evitar
uma concussão.
As principais mudanças são: 1)
proteções laterais internas (uma
espécie de almofada, chamada de
"Z-pad") maiores e mais acolchoadas; 2) aumento no tamanho
da "concha" do capacete (área interna) para diminuir o impacto da
pancada; 3) extensão do elmo na
área da mandíbula, um dos pontos mais sensíveis a choques, segundo a pesquisa.
Baixas famosas
Apesar do aumento de casos nas
temporadas recentes da NFL, o
que motivou a liga a patrocinar
desde 1994 estudos sobre concussões, não é de hoje que as pancadas na cabeça fazem vítimas entre
os astros do futebol americano.
Pelo menos dois dos maiores
quarterbacks da liga nos últimos
anos foram obrigados a se aposentar prematuramente com medo de, no futuro, aparecerem consequências mais graves das seguidas concussões que sofriam em
campo: Steve Young (ex-San
Francisco 49ers) e Troy Aikman
(ex-Dallas Cowboys).
Ambos deixaram de praticar
profissionalmente o esporte em
2000, quando desfrutavam do auge de suas carreiras e estavam entre as estrelas do campeonato.
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