São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2005

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Amoroso joga sem saber de futuro

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele precisou de pouco mais de cinco meses para conquistar a torcida e escrever seu nome na história do São Paulo com a conquista do tri da Libertadores. Mas, apesar de ter se tornado ídolo em tão curto espaço de tempo, Amoroso não sabe qual vai ser o seu futuro no clube após o Mundial.
O atacante revela o seu desejo de seguir no São Paulo e encerrar a carreira no time do Morumbi, mas lamenta a demora dos dirigentes no acerto e já acena com a possibilidade de voltar ao futebol europeu. No Brasil, foi sondado pelo Cruzeiro, mas é de fora que vem a maior parte dos convites.
Aos 31 anos, Amoroso chega ao Mundial de Clubes falando em ser artilheiro e diz que vai fazer do torneio do Japão a sua Copa do Mundo particular, pois vê poucas chances de ser convocado pelo técnico Carlos Alberto Parreira.

Folha - Seu contrato termina em dezembro. Você já acertou a sua renovação com o São Paulo?
Amoroso -
Até agora não tem nada resolvido. O contrato termina em 31 de dezembro, e não nos sentamos para conversar. Pelo que eu estou vendo, acho que vamos ter de esperar passar o Mundial para ter de decidir algo.

Folha - A diretoria chegou a lhe procurar para uma conversa?
Amoroso -
Já tivemos uma conversa rápida. Falaram por alto que tinham interesse em renovar pelas mesmas bases. Só que depois não me procuraram, e eu estou esperando uma chance de conversar. Mas, com contrato ou sem contrato, vou me dedicar ao máximo para ganhar o Mundial.

Folha - Mas se o contrato estivesse acertado não seria melhor?
Amoroso -
Isso dá mais tranqüilidade. Com a chance que o São Paulo me deu de reaparecer no futebol brasileiro, surgem propostas. Sou dono do meu passe. Isso não é um mistério. Não tem jeito de você não falar com outros clubes. Mas sempre deixei claro que a prioridade é do São Paulo.

Folha - Já surgiram propostas para você sair no ano que vem?
Amoroso -
No Brasil, foi por alto [Cruzeiro]. Foram mais coisas de fora: Itália, Espanha, Japão, Inglaterra e Alemanha.

Folha - O que pretende fazer depois do Mundial de Clubes?
Amoroso -
Minha vontade é permanecer no São Paulo e encerrar a minha carreira. Fazer um contrato para eu jogar aqui até o final. Senão, dá para eu jogar mais dois anos lá fora. Por isso é que foi pedido um contrato de três anos.

Folha - Em relação ao Mundial, está preparado para provocações?
Amoroso -
Isso sempre existiu, e não vai deixar de existir agora. Não tem jeito de um jogador não chamar o outro de negão, japonês, coreano. Não me incomodo de ser xingado. Também xingo. Na hora, escapam uns palavrões. E atacante não tem que entrar nesse clima, tem que prometer é gol. Quero ser artilheiro e campeão. Prometo raça e determinação, mas o time deve ter é atitude.

Folha - Você mudou seu estilo e se tornou falastrão. Por quê?
Amoroso -
Realmente esse não é meu estilo. É mais para poder apimentar um jogo. Sei que, quando falo, a responsabilidade vem dobrada. Mas com a experiência sei falar as respostas corretas e me livrar da pressão. O importante é você falar na hora que pode falar.

Folha - O Mundial pode ser a sua última cartada para a Copa?
Amoroso -
Estou fora há um bom tempo. Nem penso muito nisso. Se vier uma convocação, será bom, mas meus melhores momentos foram em 98 e 2002. Fiquei fora. O que eu quero agora é fazer desse Mundial [de Clubes] a minha Copa do Mundo.

Folha - A sua experiência internacional vai fazer diferença no Japão?
Amoroso -
Joguei a Copa da Uefa, a Copa dos Campeões e já encarei o Liverpool quando estava no Borussia Dortmund (ALE). Foram nove anos da minha carreira na Europa. Saber a mentalidade dos atletas de lá ajuda, sim.

Folha - Você chegou ao São Paulo para substituir Grafite. Como foi?
Amoroso -
Substituir um jogador como o Grafite, numa reta final de um torneio sul-americano, é difícil. Mas foi ótimo. A minha vontade de voltar a jogar e também a de estar num clube como o São Paulo ajudaram nessa tarefa.

Folha - Como é ser artilheiro, mas ser superado em número de gols pelo goleiro do próprio time?
Amoroso -
Se eu chegasse um pouco antes ao clube ou não tivesse perdido jogos no Brasileiro, teria passado [o Rogério]. A repetição dos jogos me desanimou. Perdi o tesão pela artilharia. Mas se trata de um grande goleiro. Quando cobra falta, fica difícil pegar.

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