DA REPORTAGEM LOCAL

O Juizado Especial Criminal (Jecrim) rejeitou na tarde de ontem a queixa-crime do volante Richarlyson contra José Cyrillo Júnior, diretor administrativo do Palmeiras, que insinuou no programa "Debate Bola", da Record, que o jogador são-paulino seria homossexual.
A decisão judicial acatou o entendimento do Ministério Público, que viu apenas um ato falho por parte do dirigente palmeirense, em vez de real intenção de ofensa. O jogador ainda pode recorrer da decisão em segunda instância.
Richarlyson preferiu não comentar a decisão da Justiça. Mas Renato Salge, advogado do atleta, afirma ter a intenção de apelar.
"Vamos conversar com o Richarlyson de cabeça mais fria, mas cabe apelação. E acredito que ele queira levar isso adiante", comentou o advogado, que pessoalmente não vê motivos para recorrer devido à pena leve -pagamento de cestas básicas.
"Mas preciso saber o que meu cliente vai querer fazer", disse Salge.
Na ação por danos morais, em que o jogador pede indenização de R$ 300 mil, ele adiantou que o caso deverá continuar.
"Meu cliente teve que se mudar de casa [devido à presença de paparazzi na porta de sua casa, Richarlyson foi morar no CT do São Paulo], houve prejuízo", afirmou Salge.
Para o advogado de Cyrillo Jr. na ação criminal, Oswaldo Yanni, a decisão pró-réu deverá fortalecer seu cliente na defesa contra a indenização.
O cartola palmeirense, que tentou acordo nas duas esferas, negou mais uma vez que tivesse a intenção de ofender o volante, cujo futebol o dirigente elogiou. Sobre a batalha pela indenização, fez um único comentário: "O Richarlyson diz que teve que sair de casa e morar no CT após as minhas declarações. Talvez seja por isso que o futebol dele tenha melhorado tanto".
O jogador saiu do Fórum Criminal da Barra Funda sem dar entrevistas, alegando que tinha que viajar com a delegação para Caxias do Sul.
Ontem, o pai de Richarlyson, o ex-jogador Lela, afirmou ao site Globo Esporte que o jogador tem proposta da Roma e dificilmente ficará no Morumbi em 2008. (MDA)


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