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Inverso
Corinthians resolve racha interno com Andres e passa de oprimido a opressor no clássico de hoje com o São Paulo , que vive ano decepcionante e relutante
MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
"Só desgraça. Está difícil
administrar o Corinthians
hoje. A gente trabalha a favor
e 90% trabalha contra."
A frase é do ex-presidente
corintiano Alberto Dualib em
uma das suas conversas
grampeadas pela Polícia Federal no caso MSI. Foi dita
em abril de 2007.
Vivia-se o jejum de vitórias
do Corinthians ante o São
Paulo, então campeão brasileiro. Dois meses antes, o time são-paulino impusera a
última derrota aos alvinegros
(3 a 1). Iniciava-se ali novo tabu, desta vez em favor do clube de Parque São Jorge.
Três anos e oito meses depois, os rivais voltam a se enfrentar, hoje, no Morumbi. O
Corinthians é vice-líder do
Brasileiro. Sétimo, o São Paulo tem de vencer para manter
chances de ir à Libertadores.
"Futebol é muito cíclico.
Quatro anos atrás, a diferença técnica entre os dois times
era muito grande. O Corinthians evoluiu muito", admitiu o diretor de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus
Lopes. "A temporada de 2010
não foi a que tivemos nosso
melhor desempenho."
A explicação para a gangorra no clássico está na administração dos dois clubes.
Em 2007, o Corinthians estava em guerra entre sua diretoria e a MSI, o que gerou
inquérito policial e o rebaixamento naquele ano.
Eleito, o presidente Andres Sanchez centralizou
a gestão. Ouve assessores,
porém fecha tudo sozinho. E
até a oposição o elogia hoje.
Em 2007, já reinava Juvenal Juvêncio no São Paulo.
Mas, se o poder continua
centralizado, aumenta pressão interna sobre a cúpula.
Uma demonstração da diferença entre os dois clubes
foram as trocas de técnicos.
Sanchez acertou com Adilson Batista imediatamente
após a perda de Mano Menezes para a seleção. Tite foi
contratado em uma semana.
Ao demitir Ricardo Gomes,
a diretoria são-paulina demorou dois meses para achar
um novo técnico efetivo.
Contribuiu para isso a influência da divisão de base
do São Paulo, cujo diretor
Marcos Tadeu dá telefonemas diretos a Juvenal.
A base pedia maior aproveitamento de seus pupilos.
Emplacou Sergio Baresi como técnico interino.
A comissão técnica do profissional ficou contrariada,
mas o presidente relutava em
tirá-lo. Dirigentes de fora do
futebol sugeriam até nomes
como Vanderlei Luxemburgo antes da chegada de Paulo
César Carpegiani.
Nas contratações, o Corinthians tem investido mais
com o dinheiro de patrocínios. E tem astros como Ronaldo e Roberto Carlos.
A relação próxima de Andres com empresários e fundos, e bons observadores, garantiram ao clube revelações
como Bruno César e Jucilei.
O São Paulo investiu em
medalhões com resultados
variáveis. Deu certo com Ricardo Oliveira, errado com
Cléber Santana. A diretoria
atribui à reformulação total
no final de 2009 a dificuldade do time nesta temporada.
A frase de Dualib sobre a
"desgraça" era uma reclamação de notícias sobre a dívida
do clube. Resultado de uma
auditoria feita por Andres
Sanchez, então opositor.
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