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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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FUTEBOL AMERICANO

Com mais de 500 praticantes e regras adaptadas para reduzir custos, Rio já organiza até Estadual

Bola oval ganha as praias em versão "soft"

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Jogadores do Flu Gorilas, equipe de futebol americano ligada ao Fluminense e semifinalista do primeiro Estadual da modalidade, treinam na praia de Ipanema, no Rio


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O futebol americano é a nova mania nas praias do Rio. Depois de inovarem com o frescobol e o futevôlei, os cariocas lançaram a bola oval nas areias da cidade.
O esporte já chegou até a clubes tradicionais. Há cerca de quatro meses, o Fluminense criou o inédito departamento de futebol americano nas Laranjeiras, local onde o futebol tradicional começou no Rio, há cerca de cem anos.
""Sempre acreditei que o futebol americano teria tudo a ver com a praia. O resultado está aparecendo. A cada semana, o público cresce", disse Fernando Kallás, cornerback do Flu Gorilas, equipe apoiada pelo clube carioca.
A popularidade pode ser percebida em quase toda a orla da zona sul. Nas tardes de sábado, as areias de Botafogo se transformam, com várias equipes jogando. Há times também nas praias de Copacabana, Leblon e Leme.
Com mais de 500 praticantes, o Rio organiza neste ano a primeira edição do Estadual. Hoje, o Flu Gorilas enfrentará o Botafogo Reptiles, em Botafogo, partida que vale vaga na decisão e é considerada uma final antecipada.
O Reptiles também firmaram parceria, mas o acordo com o Botafogo, fechado há três meses, foi rompido após desentendimento.
O sucesso do esporte no Rio é tão grande que alguns times foram criados em bairros afastados da praia e até em outras cidades.
O Tijuca Fênix é formado por jovens da Tijuca, bairro da zona norte. Moradores de Saquarema e Niterói também criaram seus escretes. O Saquarema Tsunamis até disputou o Estadual deste ano.
A opção pela praia foi a saída para viabilizar financeiramente o esporte. ""O custo original é muito alto. Para comprar todos os equipamentos de proteção, a pessoa tem que gastar cerca de US$ 350. Na praia, jogamos sem nada especial. A areia amortece o impacto das quedas", afirmou Kallás.
A experiência carioca já atraiu a atenção de atletas da NFL. Em abril, Damian Vaughn, do Tampa Bay Buccaneers, campeão do último Super Bowl, e Tony Gonzalez, do Kansas City Chiefs, assistiram a uma exibição de cariocas e paulistas em Copacabana. ""São loucos por jogarem sem proteção, mas têm potencial. Há muito o que aprender, até porque o esporte é pouco difundido no Brasil", declarou Gonzalez, à época.
O desafio dos entusiastas é não deixar que a bola oval se transforme só em modismo de verão. ""Queremos consolidar o esporte, criar uma liga forte, com os atletas ganhando dinheiro", disse Daniel Vasques, 23, adepto há dois anos.


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