São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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JUCA KFOURI

Os melhores do Brasileirão-2008


Dá para montar dois bons times, até um talvez ótimo. E também não faltam técnicos nem boas revelações

MINHA SELEÇÃO dos melhores do Campeonato Brasileiro não é melhor nem pior do que a de ninguém, talvez seja apenas diferente, mais, digamos, romântica por um lado e preocupada em fazer justiça por outro.
No gol, por exemplo, Rogério Ceni cabe feito uma luva novamente, mas fico com o goleiro Victor, do Grêmio, mais decisivo que o são-paulino na campanha de seu time.
Na lateral direita, minha preferência é por Vítor, do Goiás, um alagoano que encheu os olhos, embora Leonardo Moura, do Flamengo, também coubesse por ali. Minha zaga é formada por Thiago Silva e Miranda, com Fábio Luciano e André Dias no banco.
A lateral esquerda é mesmo de Juan, com Jorge Wagner colado, quase passando, quem sabe até passe hoje, ele que passa tão bem. Formo o meio-de-campo com Ramires, Hernanes, Wagner e Alex, meio-de-campo leve, bem sei, insinuante, talento com talento e mais talento com talento, numa zona mais para quem está rápido.
O quarteto reserva será mais conservador, mais pesado, com o argentino Guiñazú, Jean (do São Paulo), Tcheco e Ibson.
E, no ataque titular, uma dupla que também é puro refinamento, com Nilmar e Keirrison, secundados por Kléber Pereira e Guilherme.
Como no gol, Muricy Ramalho merece ser eleito mais uma vez o melhor técnico do país, mas meu voto é de Celso Roth, pelo que conseguiu com o time gremista.
Diga-se que cada vez concordo menos com a pragmática frase do imortal João Saldanha, que dizia querer fulano ou beltrano para jogar no time dele, não para casar com sua filha.
Separo cada vez menos caráter de talento e prefiro cada vez mais caráter a talento, porque quem tem caráter pode vir a ter talento e quem tem só talento jamais virá a ter caráter.
Tudo isso para dizer que, pessoalmente, mil vezes Muricy Ramalho e sua educação de Cambridge, mas, incapaz de, por exemplo, fazer remessas ilegais de dinheiro para fora do país, tentar ser mais esperto do que a esperteza, sonegar impostos, derrubar sócios, atacar moças indefesas, essas coisas hoje em dia tão comuns e aceitas acriticamente, até saudadas com beijos nas faces.
No capítulo revelações, também uma titular e outra no banco: Keirrison e Jean, outro serviço de Muricy ao São Paulo. Então, ficamos assim: o time dirigido por Celso Roth tem Victor, Vítor, Thiago Silva, Miranda e Juan; Ramires, Hernanes, Wagner e Alex; Nilmar e Keirrison.
O de Muricy Ramalho fica com Rogério Ceni, Léo Moura, Fábio Luciano, André Dias e Jorge Wagner; Guiñazu, Jean, Tcheco e Ibson; Guilherme e Kléber Pereira.
Que fique claro que, se fosse para disputar uma Copa do Mundo os goleiros seriam imediatamente invertidos, assim como os técnicos e, provavelmente, a lateral esquerda.
E que alguns jogadores que começaram muito bem o torneio, como Breno, Thiago Neves, Marcinho, Valdivia, Marcelo Moreno, poderiam fazer parte de quaisquer um dos times. Hernanes foi o craque do Brasileirão e não me pergunte de árbitros, porque os melhores são mesmo os eletrônicos, as câmaras da TV.

blogdojuca@uol.com.br


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