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FUTEBOL
Presidente reeleito do Palmeiras diz que recorrerá à entidade para tentar alçar o time de volta à elite já em 2003
Mustafá aciona a CBF pela virada de mesa
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na próxima semana, Mustafá
Contursi, 61, começará a galgar o
caminho para tentar levar o Palmeiras de volta à elite do futebol
brasileiro sem ter de marcar gols
para isso. Essa será a prioridade
-"virar a mesa"- de seu sexto
mandato como presidente, obtido anteontem, à frente do clube,
compromisso assumido com seus
correligionários na campanha.
Nem bem havia saído o resultado oficial nas urnas ontem, que
apontava a vitória de Mustafá sobre o candidato da oposição, Luiz
Gonzaga Belluzzo, 60, por uma
larga margem, e o presidente reeleito já discursava em favor de
uma manobra que recolocasse o
Palmeiras na primeira divisão do
Campeonato Brasileiro.
"Eu vou lutar para que isso [a
volta à primeira divisão] aconteça já neste ano. A mesa está virada
desde a Copa João Havelange",
disse Mustafá.
"Na semana que vem, vou à
CBF para saber em quais condições o Palmeiras vai disputar o
Brasileiro", afirmou. "Acho que o
Palmeiras deve voltar ao seu legítimo lugar no futebol brasileiro",
declarou o presidente palmeirense, respondendo se tentaria uma
virada de mesa.
Até o técnico da equipe, Jair Picerni, foi orientado pela diretoria
palmeirense a não falar sobre a
disputa da Série B.
Antes mesmo do pleito, Mustafá já admitia tentar a virada de
mesa. Só não manifestou publicamente isso por temer perder alguns votos na eleição. Anteontem, sacramentada a vitória nas
urnas, conselheiros de situação,
sorridentes, deixavam o salão nobre do Parque Antarctica certos
de que o clube não será o "paladino da moralização".
Para eles, Mustafá só irá "arrumar a mesa", não virá-la, ao recolocar o Palmeiras na Série A.
A missão palmeirense, contundo, não será fácil. Nem a CBF nem
o Clube dos 13, associação que
reúne as 20 principais agremiações do país, acreditam que há clima para uma virada de mesa.
Avaliam que, financeiramente,
isso seria trágico para os clubes.
Por isso, segundo eles, um movimento palmeirense nesse sentido
não ganharia força.
"Não acredito nisso. O campeonato já está definido e não há mais
o que mudar", disse o presidente
do C13, Fábio Koff.
Na última reunião da entidade,
em dezembro do ano passado,
apenas o Botafogo-RJ havia falado na possibilidade de virada de
mesa. Mustafá, que também é vice-presidente do C13 e estava presente no encontro, teria se calado
sobre o assunto.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, que já acompanhou três
viradas de mesa no Brasileiro sob
sua gestão, já declarou, em reunião com presidentes de clubes,
no ano passado, que não aceitará
manifestações que defendam manobras para que clubes sejam reconduzidos à elite em 2003.
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