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Olímpicos seguem futebol e põem estrelas à prova
Atletas consagrados enfrentarão vestibular ou a Justiça para assegurar vaga nos Jogos de Atenas
ADALBERTO LEISTER FILHO
GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A pouco mais de sete meses para a abertura dos Jogos de Atenas,
as principais estrelas olímpicas
brasileiras ainda não carimbaram
seus passaportes para a Grécia.
Como o futebol, que iniciou ontem seu Pré-Olímpico, a maioria
das modalidades passará por seletivas para definir a classificação
ou os representantes do país na
disputa pela glória olímpica.
Entre os 11 esportes nos quais o
Brasil já subiu ao pódio olímpico,
só três já estão classificados e com
seus atletas praticamente definidos: as duas seleções de vôlei e a
equipe feminina de basquete.
Ao todo, o Brasil já conquistou
66 medalhas em Olimpíadas
-82% delas foram obtidas por
competidores de modalidades cuja situação está indefinida.
Exceções nessa regra, basquete
e vôlei, que lutarão para chegar ao
pódio em Atenas, não devem alterar a base da equipe que disputou
os classificatórios no ano passado.
"Para conseguir uma vaga neste
grupo, um jogador vai ter que me
surpreender", diz Bernardinho,
técnico da seleção masculina de
vôlei, campeã mundial e da Liga.
Mesmo esportistas renomados,
como o iatista Robert Scheidt, o
cavaleiro Rodrigo Pessoa ou a dupla de vôlei de praia Ana Paula e
Sandra, ainda não têm certeza de
que estarão na disputa olímpica.
"Estou aguardando a definição
das seletivas, que será feita pela
confederação brasileira. Espero
que isso saia logo, porque preciso
planejar a minha temporada", diz
Pessoa, tricampeão da Copa do
Mundo (1998, 1999 e 2000), que
pleiteia ser um dos dois representantes do país na prova de saltos.
Scheidt, hexacampeão mundial
da classe laser, passará por um
classificatório em Búzios (RJ), em
fevereiro. Uma competição dessas pode representar um perigo
para atletas consagrados.
"Na seletiva para os Jogos de
Los Angeles [em 1984], o Lars
Grael superou o Alex Welter, que
era campeão olímpico, para ficar
com a vaga", lembra Reinaldo Câmara, vice-presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor.
Ouro nos Jogos de Moscou-1980, Welter e Lars Bjorkstrom ficaram fora da Olimpíada seguinte. Lars Grael e Glein Haynes foram a Los Angeles e ficaram em
sétimo lugar. Ciente disso,
Scheidt não quer cometer erros.
"Defini o meu calendário para
este ano só pensando na Olimpíada. Excluí algumas provas de
ponta na Europa para me dedicar
ao Pré-Olímpico de Búzios. Antes
de pensar em medalha, preciso
me classificar", conta o velejador.
Ana Paula e Sandra, atuais campeãs do Circuito Mundial de vôlei
de praia, lideram o ranking, mas
podem ser ultrapassadas por outras parcerias brasileiras -duas
duplas nacionais irão a Atenas.
Na mesma situação estão Adriana Behar e Shelda, prata em
Sydney-2000 e pentacampeãs
mundiais. Na reta final de preparação para a última Olimpíada, a
dupla não tinha rivais no país.
Atualmente, a situação é diferente. "Não somos mais imbatíveis.
Há oito anos as duplas estudam
nosso jogo e tentam nos derrotar", preocupa-se Adriana Behar.
Atletismo e natação, dois dos
esportes que mais concederam
medalhas ao Brasil, com 11 e nove,
respectivamente, definirão seus
competidores pelo índice. Postulantes à medalha, como Jadel Gregório (salto triplo) e Gustavo Borges (4 x 100 m livre), ainda precisam confirmar suas marcas.
"Já tenho índice nos 100 m livre,
mas preciso defender a minha vaga na equipe brasileira. Não dá
para vacilar", comenta Borges.
Mesmo esportes emergentes,
como a ginástica artística, dependem de convocação. Daniele
Hypólito, melhor brasileira em
Olimpíadas, e Daiane dos Santos,
ouro no Mundial de Anaheim-03,
devem ir a Atenas. Mas a lista definitiva deve sair até junho.
Colaborou Fernando Itokazu,
da Reportagem Local
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