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Secretário de Esportes de SP quer disputa com Rio
Walter Feldman assume hoje com planos de bater Rio na candidatura olímpica
Deputado é contra lei que impede jogos após as 21h, a favor do Morumbi na Copa e propõe troca de impostos por serviços dos clubes
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O médico Walter Feldman,
52, um estranho no ninho no
que se refere ao mundo esportivo, assume hoje a Secretaria
Municipal de Esportes, Lazer e
Recreação de São Paulo.
Sua chegada promete apimentar a rivalidade com o Rio.
Ele planeja colocar São Paulo
no caminho dos cariocas na disputa por grandes eventos, como uma edição dos Jogos
Olímpicos. "Sou um bairrista
convicto", afirma o deputado
federal eleito pelo PSDB, que
coordenou as subprefeituras
na gestão de José Serra.
FOLHA - O senhor não tem nenhuma ligação com a área esportiva. Como foi sua escolha para o cargo?
WALTER FELDMAN - Como tenho
experiência em outras áreas,
fui escolhido para fazer um trabalho transversal, integrando o
esporte com outras secretarias,
a da Educação, por exemplo.
FOLHA - Qual a sua principal meta?
FELDMAN - A idéia é amarrar o
esporte e a educação. Equipar
as escolas para os alunos ficarem mais tempo lá, praticando
esportes. E, se agregarmos as
idéias da bola às idéias urbanísticas [área na qual é especialista], poderemos dar um vareio.
FOLHA - Além de receber o Pan-07,
o Rio é candidato de novo aos Jogos
Olímpicos. O senhor defende que
São Paulo concorra com o Rio na
candidatura a eventos deste porte?
FELDMAN - Tem que concorrer
em tudo. Nada atrai mais patrocínio, movimenta mais hotéis e
segmentos da economia do que
essas competições.
FOLHA - No que São Paulo está
atrás do Rio de Janeiro em termos
de uma candidatura para eventos
esportivos?
FELDMAN - Não estamos atrás
em nada, pelo contrário, temos
condições muito melhores do
que as do Rio. E não estou falando da questão de segurança.
O Rio viveu um grande período
de administrações complicadas. Nesse aspecto, levamos
vantagem. São Paulo não pode
ser humilde, tem que ser mais
ousada, mais valente.
FOLHA - O fato de haver um grande
estouro no orçamento, como no
Pan, não o deixa temerário em
relação a assumir compromissos como esse?
FELDMAN - Cada um tem que saber o tamanho da encrenca em
que está se metendo. Falta fazer mais parcerias com a iniciativa privada para custear isso.
FOLHA - Qual a primeira grande
competição que pensa em abrigar?
FELDMAN - Precisamos analisar
o calendário, quero fazer algo
grande em esportes radicais.
Mas, temos que pensar em brigar por uma Olimpíada, é coisa
de médio a longo prazo.
FOLHA - A Federação Paulista já
discutiu com a CBF projetos para a
Copa-2014, caso ela seja no Brasil.
Defende locais como Barueri, Diadema e Guarulhos. A opinião é que a
capital tem trânsito muito complicado, entre outros problemas.
FELDMAN- Acho difícil fazer um
grande estádio fora da capital e
transportar toda a estrutura da
cidade para lá. É mais fácil reformar os estádios daqui e solucionar os problemas.
FOLHA - Então o senhor apóia a
idéia do São Paulo de incluir o Morumbi no projeto da Copa?
FELDMAN - Sem dúvida, além do
mais sou são-paulino. E um
bairrista convicto. A capital
tem condições de fazer tanto a
abertura como a final da Copa.
FOLHA - E a lei que os vereadores
aprovaram para impedir jogos de
futebol na cidade após as 21h? Falta
o prefeito sancionar.
FELDMAN - Sou contra. Trabalhei no PSIU (programa para limitar o funcionamento de estabelecimentos à noite, por causa
do barulho), mas nunca impedi
que a cidade tivesse eventos 24
horas por dia. O Serra me pediu
para estimular a prática de esportes até 1h, 2h. Vamos iluminar campos e praças esportivas
para os jovens praticarem esporte de madrugada. É melhor
do que fazerem outras coisas.
FOLHA - Há clima tenso entre clubes e prefeitura por conta de taxas...
FELDMAN - Vou chamar os clubes para conversar. Eles perderam muitos sócios e alguns vivem situação dramática. Então
podemos fazer uma parceria.
Se eu for cobrar uma taxa atrasada de IPTU, por exemplo, vou
demorar para receber. Podemos trocar algumas taxas por
uma parceria. Em vez de ser em
dinheiro, os clubes podem oferecer professores. É um jeito de
direcionar o dinheiro de alguns
impostos para a área esportiva.
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