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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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BASQUETE

Ala-pivô Nenê, 20, do Denver Nuggets, disputa hoje o jogo dos calouros, que terá número recorde de estrangeiros

Brasil estréia na festa da NBA globalizada

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando a bola for lançada ao alto hoje, na disputa entre calouros e segundanistas da NBA, o Brasil terá, pela primeira vez na história, um representante no fim de semana mais badalado da liga.
O evento, que culmina com o Jogo das Estrelas, marcado para amanhã, será realizado em Atlanta, com a participação do ala-pivô Nenê, 20, do Denver Nuggets.
O brasileiro irá atuar ao lado de destaques do torneio, como o armador Dajuan Wagner, do Cleveland Cavaliers, cestinha entre os estreantes deste ano na NBA, com 14,5 pontos por jogo, e o ala Amare Stoudemire, do Phoenix Suns, maior reboteiro entre os novatos, com 9,1 rebotes por partida.
"É uma emoção especial ser o primeiro brasileiro a participar dessa festa. Mas não posso ficar pensando muito nisso para não prejudicar meu desempenho", afirmou o brasileiro, em teleconferência promovida pela NBA.
Resultado do processo de globalização da liga, o jogo dos novatos terá a presença de seis estrangeiros hoje, um recorde. Além de Nenê, os calouros também contarão com o ala croata Gordan Giricek, do Memphis Grizzlies.
O chinês Yao Ming, do Houston Rockets, só desfalca a equipe porque foi chamado para o Jogo das Estrelas, amanhã. Para o lugar do pivô, foi convocado o armador Marko Jaric, do Los Angeles Clippers, titular da Iugoslávia campeã mundial em Indianápolis-2002 -Nenê, com uma lesão na virilha, desfalcou a seleção brasileira.
Ausente do Mundial, o brasileiro, diferentemente do iugoslavo, obteve seu reconhecimento graças a esta temporada da NBA.
"Fiquei feliz pelo sucesso nos EUA. Esse foi um grande passo que dei, mas foi só um. Tenho que dar mais passos. Mas não posso pensar muito nisso, pois, na vida, pode-se dar um passo grande demais e acabar caindo", filosofou.
A equipe de segundanistas terá três não-americanos em seu elenco. Dois deles jogaram o último Mundial: os alas Pau Gasol (Espanha), do Memphis Grizzlies, e Andrei Kirilenko (Rússia), do Utah Jazz. A lista é completada pelo armador francês Tony Parker, que atua pelo San Antonio Spurs.
Gasol, o melhor novato da temporada passada, elogia o rival latino. "Estou contente por ele. É difícil chegar de fora na NBA, ainda mais quem não falava inglês. Ele melhora a cada dia", disse Gasol, que perdeu dois dos três duelos que fez contra o time de Nenê.
De fato, para um estreante na NBA, o ala-pivô obteve um bom espaço no Denver. Ele é o terceiro cestinha -média de 9,7 pontos por jogo- e o segundo reboteiro de seu time -6,1 bolas recuperadas no garrafão por partida.
"Estou bem melhor nos rebotes, nas roubadas de bola e nos lances livres. Agora comecei a arremessar de longa distância. Já é uma melhora, não? Mas preciso fazer menos faltas", avaliou o brasileiro, o mais faltoso de sua equipe, com um total de 168 no torneio.
Entre os novatos, Nenê aparece entre os dez melhores em quase todos os fundamentos. É o líder em recuperação de bola, o quarto em rebotes e tocos, o sétimo pontuador e o nono nas assistências.
Até aqui, ele já obteve cinco "double-doubles" na NBA -é o quarto novato a conseguir mais vezes, em uma mesma partida, o feito de obter dois dígitos em dois fundamentos estatísticos.
Nenê ainda é o quinto estreante com mais minutos em quadra. Ele supera até Yao Ming, a sensação entre os calouros (28,2 minutos, em média, contra 27,7 do chinês).


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 19h


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