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ex-intocável
Luxemburgo perde a unanimidade
Falhas do Palmeiras em campo e excesso de atividades do técnico, que teve todos os pedidos atendidos, irritam conselho
Treinador festeja empenho dos atletas e progresso da equipe, mas não esconde abatimento após a derrota no jogo com Guaratinguetá
Rubens Cardia/Folha Imagem
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Marcos, que levou três gols em seu primeiro jogo pelo Palmeiras neste ano, descansa em treino |
TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO
O processo de fritura ainda
não começou. Mas as três derrotas seguidas no Campeonato
Paulista e a queda vertiginosa
do time na classificação já começam a arranhar a imagem
até então imaculada do treinador Vanderlei Luxemburgo
dentro do Palmeiras.
Tido como o técnico capaz de
recolocar o clube no caminho
dos títulos, Luxemburgo encontra o primeiro foco de resistência dentro do conselho e no
segundo escalão da diretoria.
Pessoas ligadas à presidência
alegam que ele obteve os reforços que quis, com o respaldo da
Traffic (empresa de marketing
esportivo responsável por viabilizar os atletas pretendidos),
mas que, dentro de campo, o resultado tem sido desolador.
Os insatisfeitos esperavam
resultados mais rápidos. Reclamam de Luxemburgo pedir paciência à torcida e tempo para
entrosar o time. Avaliam que,
para passar por isso, o clube,
não precisaria contratar o técnico mais caro do país.
Os críticos também enxergaram um erro grosseiro na escalação de Marcos, que falhou
contra o Guaratinguetá. Acham
que ele ainda não estava pronto
para retornar à equipe.
As muitas atribuições do
treinador, que não se limita a
comandar o time, participando
das contratações de jogadores,
também geram insatisfação.
Nas entrevistas após as seguidas derrotas, Luxemburgo
tenta maquiar ao máximo o clima de insatisfação. "A derrota
foi doída. Foi um resultado duro [3 a 0 para o Guaratinguetá,
anteontem], mas senti um progresso da equipe."
No entanto, os consecutivos
fracassos começam a colocar
em xeque até o planejamento
feito pela comissão técnica.
Entre os conselheiros, as escolhas de Piracicaba e São José
do Rio Preto, que não possuem
um bom gramado, contribuíram para os recentes reveses.
Apesar de não correr o risco
de queda ante um novo tropeço
amanhã, contra o Guarani, Luxemburgo sabe que já não conta com o apoio irrestrito das arquibancadas.
Após a derrota para o líder
Guaratinguetá, ele mesmo falou que a resposta aos torcedores não é com pedido de desculpas e nem de paciência.
"A torcida, a gente conquista
é com vitórias. Eles [torcedores] têm o direito de vaiar, mas
continuo acreditando na classificação. Em um campeonato de
três pontos, três vitórias seguidas mudam tudo. Agora, precisa começar a ganhar."
Para descaracterizar o momento conturbado do Palmeiras, Luxemburgo se fixou no futebol apresentado pela equipe
nos primeiros 25 minutos do
jogo de anteontem.
"O grupo está querendo, mas
não está conseguindo. Se enxergasse falta de empenho, já
teria soltado os cachorros no
vestiário. Perdemos o jogo em
três contra-ataques. A única
coisa que o Marcos fez foi pegar
as bolas dentro do gol. Uma hora a bola vai bater na bunda do
zagueiro deles e vai entrar. Futebol é isso."
Se no vestiário Luxemburgo
esbanjava convicção, no ônibus
do clube o clima era de abatimento. O retrato da desolação
ficou por conta do presidente
Afonso della Monica e do treinador. Sentados nas poltronas
da frente, mal se falaram em
frente ao estádio.
Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC
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